O lado humano das startups e suas rodadas de investimento

Entenda como o fator humano impacta as rodadas milionárias de startups.
24/06/2025 às 18:03 | Atualizado há 6 meses
               
Captação de investimentos para startups
O fator humano é crucial nas rodadas de investimento de startups. (Imagem/Reprodução: Startups)

Quando se fala sobre captação de investimentos para startups, muitos se perguntam como esses processos realmente funcionam. É fácil se deixar levar por manchetes que ressaltam somas milionárias, mas a verdade é que o foco deve estar na maneira como os empreendedores se conectam a investidores. O aspecto mais humano desse modelo se destaca como uma chave para o sucesso.

Participar de um evento recente sobre captação de recursos evidenciou essa visão. Em uma reunião com 60 fundadores, foi possível notar uma lacuna entre as expectativas e a realidade do processo de captação. A experiência prática demonstra que conseguir financiamento é, em última análise, uma questão de pessoas decidindo trabalhar em parceria para resolver desafios importantes.

O evento, promovido pela AWS e comandado pela apresentadora do podcast *The J Curve*, Olga Maslikhova, contou com especialistas do setor, como Eric Acher da Monashees, um fundo relevante no cenário brasileiro, e outros fundadores notáveis. Durante a discussão, ficou claro que a análise de um fundador vai muito além dos números financeiros; envolve também comportamentos e valores pessoais.

Um ponto enfatizado foi que a falta de perguntas sobre um fundo por parte dos fundadores pode ser um sinal de alerta. Isso pode indicar que eles não estão à procura dos investidores mais adequados para formar uma equipe coesa. O entendimento do comportamento durante as conversas é fundamental para formar conexões produtivas.

A conversa também abordou como diferentes tipos de investidores aportam experiências variadas. Alguns se concentram mais no produto, enquanto outros têm uma visão financeira acentuada. Reconhecer essas diferenças desde o início pode ajudar a moldar o pitch de forma eficaz, aprimorando a conversação.

Outro aspecto vital discutido foi a importância de decisões a longo prazo. A escolha de investidores deve ser guiada pelo que será benéfico para o futuro da empresa, em vez de se deixar levar apenas por um valuation elevado de curto prazo. Isso pode resultar em parcerias que realmente acrescentem valor em vez de apenas um retorno financeiro imediato.

Com os passos da captação, o que mais se destaca é a qualidade das interações. O pitch inicial é apenas a porta de entrada. À medida que as conversas se desenvolvem, os questionamentos e as trocas revelam o alinhamento real entre as partes. A essência das rodadas de investimento está nas relações que se constroem.

Uma lição clara é que não há uma abordagem única para levantar capital. Cada negócio tem suas nuances. O pitch deve ressoar com os desafios específicos enfrentados, incorporando autenticidade. Clareza na exposição das ideias é fundamental. Em fundações sem tração, a definição de uma estratégia clara é ainda mais essencial.

Levantar capital não é mágica; é um processo estruturado. O pitch é o primeiro passo para formar vínculos com investidores, cabendo ao fundador nutrir educacionalmente esse relacionamento. Além disso, entender os termos e suas implicações pode impactar significativamente o futuro da empresa. Termos ruins podem fazer com que futuros financiamentos sejam um desafio, enquanto melhores acordos podem favorecer a empresa ao longo do tempo.

No final, é sobre encontrar um encaixe entre as partes. A interação eficaz entre fundadores e investidores se configura como um processo mútuo. A busca por quem entende sua visão e pode agregar valor a longo prazo deve prevalecer sobre qualquer proposta superficial. Na dança da captação de investimentos para startups, escolher a parceria certa é, sem dúvida, o passo mais importante.

Via Startups.com.br

Artigos colaborativos escritos por redatores e editores do portal Vitória Agora.