Com a proximidade da COP30, o governo brasileiro está intensificando os preparativos para acomodar os participantes. Uma das soluções encontradas foi oferecer cabines em navios para a COP30, que ficarão atracados em Belém (PA) durante a conferência climática da ONU em novembro. A medida visa suprir a demanda de hospedagem, que enfrenta dificuldades logísticas e pressão internacional.
A iniciativa governamental inclui a disponibilização de até 6 mil leitos, distribuídos em cerca de 3,9 mil cabines em dois transatlânticos. Inicialmente, a oferta é exclusiva para as delegações dos países participantes. O governo reservou R$ 259 milhões para garantir a operação dos navios por 17 dias, de 5 a 21 de novembro.
A expectativa é que a venda das cabines cubra os custos operacionais e a margem de lucro das empresas MSC Cruzeiros e Costa Cruzeiros. O governo arcará com as despesas somente se a comercialização das acomodações não for suficiente para cobrir os gastos dos navios. Os navios MSC Seaview e Costa Diadema serão ancorados no Terminal Portuário de Outeiro, que está sendo reformado, e uma nova ponte ligará o terminal à sede da conferência em Belém.
Essa alternativa surgiu após o cancelamento da licitação para a dragagem do rio na Baía do Guajará, um projeto estimado em R$ 210 milhões. A prioridade será atender as delegações estrangeiras, mas vagas adicionais poderão ser disponibilizadas posteriormente. Chefes de Estado e suas comitivas serão hospedados em hotéis e condomínios de alto padrão em Belém, seguindo recomendações de segurança da Secretaria Extraordinária para a COP30.
Na primeira fase de ofertas, 98 países classificados pela ONU como menos desenvolvidos ou insulares terão prioridade na escolha das acomodações. As diárias foram negociadas para variar entre US$ 100 e US$ 220. Na fase seguinte, os demais países poderão reservar cabines com valores de até US$ 600. A operadora de viagens Qualitours, selecionada pela Embratur, será responsável pela intermediação das reservas.
A plataforma Bnetwork também foi contratada para oferecer opções de acomodação em imóveis privados e hotéis tradicionais. O sistema virtual está em funcionamento com acesso restrito, disponibilizando tanto as opções da rede hoteleira quanto as cabines nos navios, apesar do atraso no cronograma inicial.
De acordo com o secretário extraordinário para a COP30, Valter Correia, todas as cabines oferecidas pelo governo são para uso individual, rebatendo críticas sobre a possibilidade de compartilhamento de acomodações. Correia afirmou que o governo está ofertando quartos individuais, com a opção de divisão caso os participantes desejem, minimizando o impacto causado pelos navios.
Os preparativos para a COP30 continuam, e a oferta de cabines em navios para a COP30 representa uma alternativa importante para garantir a acomodação dos participantes, enquanto outras questões logísticas e de infraestrutura são abordadas para assegurar o sucesso da conferência climática.
Via InfoMoney