As novas tarifas implementadas pelo governo de Donald Trump começam a surtir efeito em mais de 90 países, intensificando a guerra comercial. Essa medida eleva os custos de importação e gera preocupações no comércio global, afetando tanto empresas quanto consumidores.
Com a implementação dessas tarifas, muitos se questionam como as indústrias conseguirão lidar com o aumento dos preços. Produtos como eletrodomésticos e vestuário já têm seus preços incrementados, enquanto o mercado de trabalho apresenta desaceleração nas contratações. As tarifas podem levar a um ambiente econômico ainda mais complicado.
Além das tarifas já em vigor, há a expectativa de que novos impostos sejam introduzidos em uma variedade de produtos, incluindo eletrônicos e medicamentos. Os especialistas alertam que, se a situação continuar, a inflação alta poderá levar à estagflação, uma condição econômica desafiadora que já pode estar se formando.
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As novas Tarifas de Trump, implementadas em mais de 90 países, entraram em vigor, intensificando a guerra comercial global e impactando a economia dos EUA. Essa medida elevou as tarifas médias americanas a níveis não vistos em quase um século, gerando preocupação entre empresas e consumidores em todo o mundo.
O governo de Donald Trump justifica que as tarifas visam redefinir relações comerciais consideradas injustas, aumentar as receitas governamentais e fortalecer a indústria nacional. Os dados mostram uma arrecadação de US$ 152 bilhões até julho, mas os efeitos colaterais negativos já são notórios.
Um número crescente de empresas tem manifestado preocupação sobre a capacidade de absorver os custos crescentes dos componentes importados. Os preços já começaram a subir, com aumentos observados em eletrodomésticos, roupas e artigos de decoração. O mercado de trabalho também mostra sinais de desaceleração nas contratações.
Segundo Olu Sonola, chefe de pesquisa econômica da Fitch Ratings nos EUA, os efeitos das tarifas anunciadas anteriormente já começam a se manifestar. A expectativa é que o impacto se intensifique nos próximos meses, afetando diretamente o bolso dos cidadãos americanos.
As tarifas variam, começando em 15% para países como Bolívia, Equador, Islândia e Nigéria, e chegando a 20% para Taiwan. Argentina e Brasil também foram afetados, com tarifas de 50% sobre certos produtos brasileiros, em retaliação a decisões políticas internas.
Além disso, Trump anunciou o aumento das tarifas sobre a Índia para 50% em resposta à compra de petróleo russo, sinalizando que outros países podem enfrentar sanções semelhantes. Essas ações visam pressionar a Rússia a interromper a guerra contra a Ucrânia.
Esses tributos geralmente não se aplicam a produtos que já estavam em trânsito, desde que entrem nos EUA até o início de outubro. Alguns países, como a União Europeia, Japão, Coreia do Sul e Vietnã, negociaram isenções parciais, comprometendo-se a abrir seus mercados e investir nos EUA.
Na sexta-feira, tarifas de 35% foram impostas sobre produtos canadenses não cobertos pelo Acordo EUA-México-Canadá (USMCA). As tarifas sobre o México foram suspensas enquanto as negociações continuam, e as tarifas sobre a China permanecem em 30%, com o acordo vigente até esta terça-feira.
Ainda, existem desafios legais em tribunais federais contra essas tarifas, e Trump planeja expandir os impostos para remédios importados, chips e outros produtos estrangeiros. Chegou a mencionar tarifas de 100% sobre semicondutores, em um anúncio feito ao lado de Tim Cook, CEO da Apple.
A Universidade de Yale estima que as novas tarifas elevam a taxa efetiva média dos EUA para mais de 18%, um nível não visto desde 1934. Isso pode aumentar as despesas anuais das famílias americanas em cerca de US$ 2.400 e reduzir o crescimento econômico em 0,5% a partir de 2025.
Mark Zandi, economista-chefe da Moody’s Analytics, alerta que as Tarifas de Trump podem levar a um cenário de estagflação, com crescimento lento e inflação alta, complicando o trabalho do Federal Reserve.
Apesar de a economia americana ter evitado uma recessão até o momento, especialistas alertam que os efeitos das tarifas se tornarão mais perceptíveis com o tempo. Empresas anteciparam compras antes das tarifas mais altas, mas, com a volta das alíquotas elevadas, os preços devem subir novamente.
Matthew Martin, economista sênior da Oxford Economics, explicou que os estoques foram reduzidos desde o anúncio inicial das tarifas. A reintrodução das alíquotas elevadas deve acelerar a alta dos preços nos próximos meses.
Com a implementação dessas tarifas, a expectativa é que os impactos na economia e no comércio global continuem a ser monitorados de perto, pois afetam tanto empresas quanto consumidores.
Via InfoMoney
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