A Série Adolescência da Netflix tem provocado discussões importantes sobre o impacto das redes sociais e conteúdos online nos jovens. Uma família permitiu que a BBC News acompanhasse sua conversa após assistir à série, revelando percepções sobre temas como misoginia, cyberbullying e as complexas relações entre adolescentes na era digital. A experiência de Ben, um jovem de 15 anos, oferece um olhar autêntico sobre como esses temas são percebidos e vividos pelos adolescentes.
A série expõe a influência da “machosfera” e da cultura incel, termos que promovem a misoginia, algo que surpreendeu os pais de Ben. Ele mesmo relata que alguns elementos da série refletem a realidade, como brigas e cyberbullying, mas considera a produção mais direcionada a adultos desinformados sobre o universo online dos jovens, sentindo falta de uma abordagem que mostre o lado positivo das redes sociais.
Andrew Tate, figura controversa do mundo online, é mencionado na série, o que gerou preocupação entre pais e educadores. Ben comenta que Tate já foi mais popular em sua escola, mas atualmente não exerce tanta influência. Ele observa como Tate mistura temas de bem-estar com ideias políticas de extrema-direita. Os pais de Ben concordam que Tate é apenas um sintoma de um problema social maior: a misoginia.
A **Série Adolescência da Netflix** também aborda a amizade entre meninos e meninas na era digital, mostrando interações distantes e impessoais. A mãe de Ben expressa preocupação com a falta de oportunidades para o filho conviver com meninas da mesma idade, temendo que ele aprenda a se relacionar com o sexo oposto principalmente através das redes sociais. Ben, por sua vez, admite usar o ChatGPT e o TikTok para obter conselhos sobre como interagir com garotas.
O compartilhamento de imagens íntimas, tema presente na **Série Adolescência da Netflix**, também é uma realidade entre os colegas de Ben. Ele relata casos de fotos vazadas em grupos online, com grande repercussão no TikTok. A série também aborda o acesso fácil à pornografia, algo que Ben considera um grande problema entre os jovens, com muitos “viciados” nesse tipo de conteúdo.
Para os pais de Ben, a solução passa por oferecer mais oportunidades para que os jovens participem da sociedade e construam sua autoestima. Eles também defendem a importância de modelos masculinos positivos e de atividades que os afastem do celular. Ben, por sua vez, acredita que o que acontece online é tão real quanto a vida fora das telas, e que as redes sociais devem ser tratadas com a mesma seriedade.
Via G1
