Alemanha e Itália buscam respaldar reservas de ouro

Alemanha e Itália se movimentam para garantir reservas de ouro longe da pressão americana. Descubra os detalhes dessa estratégia intrigante.
23/06/2025 às 17:01 | Atualizado há 6 meses
               
Ouro longe do alcance de Trump
Pressão crescente para repatriar US$ 245 bilhões do Federal Reserve amid crises globais. (Imagem/Reprodução: Infomoney)

A crescente instabilidade global, somada às críticas de Donald Trump ao Federal Reserve (Fed), intensificou a pressão sobre a Alemanha e a Itália para que repatriem suas reservas de ouro. Ambos os países possuem grandes quantidades de ouro armazenadas nos Estados Unidos, e a preocupação com possíveis interferências políticas tem levado a pedidos para que esse ouro longe do alcance de Trump retorne para a Europa.

Alemanha e Itália figuram entre os maiores detentores de reservas de ouro no mundo, com 3.352 e 2.452 toneladas, respectivamente. Mais de um terço desse montante está sob a guarda do Federal Reserve de Nova York. A instabilidade política e econômica global tem levado muitos a questionar a segurança de manter esses ativos em solo americano.

Declarações de Trump, que insinuaram possíveis interferências no Fed, acentuaram o debate sobre a necessidade de maior controle sobre as reservas de ouro. A Taxpayers Association of Europe, por exemplo, enviou cartas aos ministérios da Fazenda e aos bancos centrais da Alemanha e da Itália, recomendando a repatriação do ouro longe do alcance de Trump.

A Alemanha já realizou movimentos semelhantes no passado, repatriando 674 toneladas de ouro de Paris e Nova York para Frankfurt entre 2013 e 2017, ao custo de €7 milhões. Peter Gauweiler, ex-parlamentar conservador da Baviera, defende que o Bundesbank deve proteger suas reservas a todo custo.

Na Itália, o tema também ganhou força. Enrico Grazzini, comentarista do Il Fatto Quotidiano, alertou para os riscos de manter 43% das reservas italianas sob custódia nos EUA. O partido Fratelli d’Italia, da primeira-ministra Giorgia Meloni, já prometeu a repatriação em outras ocasiões.

O Bundesbank declarou que avalia regularmente os locais de armazenamento, considerando segurança e liquidez, e reiterou confiança no Fed de Nova York como parceiro confiável. Contudo, uma pesquisa recente com diversos bancos centrais demonstra uma tendência crescente em armazenar ouro domesticamente, refletindo temores sobre o acesso a esses ativos em momentos de crise.

Enquanto os mercados demonstravam alívio com sinais de uma retaliação mais branda do Irã aos EUA, o preço do ouro subiu 0,5%, atingindo US$ 3.385 por onça. Esse movimento sublinha a relevância do ouro como porto seguro em tempos de incerteza, e alimenta o debate sobre a necessidade de manter o ouro longe do alcance de Trump.

Via InfoMoney

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