No cenário energético brasileiro, a **autoprodução no mercado livre** surge como uma alternativa estratégica para *data centers* que buscam otimizar seus custos com energia. Essa prática, que permite aos consumidores se tornarem cotistas de usinas, impulsiona investimentos e garante um fornecimento de energia mais econômico e sustentável, especialmente para operações de alta demanda.
Os *data centers* desempenham um papel crucial no consumo global de energia, respondendo por aproximadamente 3% do total. Com a crescente adoção de inteligência artificial e a digitalização contínua das empresas, a expectativa é que a demanda por eletricidade desses centros aumente significativamente, criando um cenário promissor para a autoprodução no Brasil.
A autoprodução no mercado livre é particularmente vantajosa quando a energia gerada é proveniente de fontes renováveis. Nesses casos, os autoprodutores podem se beneficiar da isenção de encargos como o de Energia de Reserva (EER) e o de Serviço de Sistema (ESS), gerando uma economia que pode variar de 10% a 30% na conta de energia, dependendo da localização do consumidor.
O Brasil se mostra um terreno fértil para a expansão de *data centers*, com estimativas de investimentos na ordem de R$ 12 bilhões até 2026, conforme dados da consultoria Thymos. Atualmente, o consumo desses projetos no país gira em torno de 600 megawatts médios, com projeções do Ministério de Minas e Energia indicando que a demanda máxima pode atingir 9 gigawatts até 2035, distribuídos em 22 projetos em diversos estados.
Dados da consultoria Clean Energy Latin América (CELA) revelam que os *data centers* foram os grandes impulsionadores dos contratos de autoprodução em 2024. No ano anterior, dos 31 acordos firmados, 30 foram destinados a *data centers*, com predominância de energia solar (18 contratos) e eólica (11 contratos), além de dois projetos híbridos, totalizando uma capacidade de 2,3 GW.
O cenário de autoprodução no mercado livre no Brasil atrai empresas de tecnologia, especialmente as big techs, que possuem metas de sustentabilidade e buscam matrizes energéticas renováveis. O país oferece um custo de energia competitivo e a possibilidade de escalar a produção de energia renovável, fatores decisivos na escolha de locais para treinar inteligência artificial e expandir suas operações.
Via InfoMoney