Especialistas afirmam que reduzir desigualdade no Brasil depende do combate ao mercado informal

Especialistas defendem que enfrentar o mercado informal é crucial para diminuir a desigualdade no Brasil.
21/03/2025 às 21:31 | Atualizado há 1 mês
Reduzir desigualdade no Brasil
Bolsa Família é vital para a pobreza, mas pode incentivar a informalidade no trabalho. (Imagem/Reprodução: Infomoney)

Em um painel recente do evento “Brazil: Macroeconomic Stability, Climate Change and Social Progress”, organizado pelo Private Bank da XP, especialistas debateram estratégias para reduzir desigualdade no Brasil e impulsionar o crescimento econômico. As discussões focaram em políticas públicas eficazes para diminuir a pobreza e promover uma distribuição de renda mais justa.

Sérgio Firpo, do Ministério do Planejamento e Orçamento, ressaltou a importância do Bolsa Família no combate à pobreza. No entanto, ele apontou que o programa pode ter efeitos colaterais, como o aumento da informalidade. As regras de elegibilidade podem, inadvertidamente, incentivar trabalhadores a optarem por empregos informais para não perderem o benefício.

Firpo também destacou os avanços no Cadastro Único, que agora cobre 94 milhões de brasileiros e está integrado a outras bases de dados. Essa integração permite um monitoramento mais preciso dos beneficiários e de seus níveis de renda. A capacidade de rastrear a renda formal representa um avanço significativo em relação ao passado.

William F. Maloney, economista-chefe do Banco Mundial, enfatizou a relação entre risco e desigualdade no Brasil. Segundo ele, o risco no mercado de trabalho impacta diretamente a mobilidade social e a distribuição de renda. A economia brasileira apresenta um nível de risco no mercado de trabalho duas vezes maior do que o dos Estados Unidos.

Maloney sugere que as políticas públicas para reduzir desigualdade no Brasil devem considerar o risco no mercado de trabalho. Ao ajustar o risco, o Brasil pode parecer menos desigual do que os Estados Unidos, embora as diferenças permaneçam significativas. A redução desse risco poderia impulsionar o crescimento adicional de renda, conforme indicado por estudos.

Claudio Ferraz, da Vancouver School of Economics, e Naércio Menezes Filho, do Insper, também participaram do painel. Suas contribuições enriqueceram o debate sobre políticas públicas e estratégias para promover um crescimento econômico mais equitativo no Brasil.

Via InfoMoney