O Destino da Varig: O Que Aconteceu com a Companhia?

Descubra a história da Varig, a companhia que marcou a aviação brasileira e seu triste fim.
12/07/2025 às 09:46 | Atualizado há 4 meses
               
Fim da Varig
A maior companhia aérea da América Latina surgiu no Rio Grande do Sul. (Imagem/Reprodução: Tecmundo)

A Varig, gigante da aviação brasileira, marcou época com seus serviços de alta qualidade e rotas internacionais. A empresa, que já foi um símbolo de orgulho nacional e a maior do setor na América Latina, transportou a seleção brasileira de futebol em momentos memoráveis, como nas conquistas das Copas de 1994 e 2002. Mas, afinal, qual foi o destino da Varig e o que aconteceu com essa marca icônica?

Fundada em 1927 pelo alemão Otto Ernst Meyer, a Varig surgiu em Porto Alegre (RS) com o apoio da Condor Syndikat, atual Lufthansa, e empresários brasileiros e alemães. Inicialmente, operava com um hidroavião Dornier Do J, ligando Porto Alegre a Rio Grande. Nos anos 1940, expandiu seus serviços para o Centro-Oeste e Nordeste, sob a presidência de Ruben Berta.

O primeiro voo internacional da Varig ocorreu em 1942, conectando Porto Alegre a Montevidéu, no Uruguai. Em 1955, com a aquisição dos aviões Lockheed Constellation, inaugurou a rota para Nova York, com escalas em São Paulo e Rio de Janeiro. No final dos anos 1950 e início dos anos 1960, a Varig introduziu seus primeiros jatos comerciais, como o SE-210 Caravelle III e o Boeing 707. A compra da Real Aerovias, líder no mercado doméstico, impulsionou ainda mais seu crescimento.

Com a incorporação da Real Aerovias, a frota da Varig dobrou, e novas aeronaves foram adquiridas, como Convair 340, Convair 990, Lockheed Constellation e Douglas DC-6. A empresa expandiu suas rotas internacionais para Lima, Cidade do México, Miami e Los Angeles. Após a dissolução da Panair do Brasil em 1965, a Varig iniciou seus primeiros voos para a Europa, dominando o mercado internacional, enquanto competia com Vasp e Transbrasil no mercado doméstico.

Nos anos 1970, a Varig consolidou sua reputação pela excelência no serviço de bordo, comparável a companhias aéreas renomadas como Pan Am, Air France e Lufthansa. A compra da Cruzeiro do Sul e a fundação da Rio Sul, em parceria com outras empresas, fortaleceram sua posição. A Varig também expandiu suas rotas para a Ásia e África, e nos anos 1980, recebeu seus primeiros Boeing 747-200, utilizados na inauguração do Aeroporto de Guarulhos, além dos Airbus A300 e Boeing 737-300.

Com uma frota moderna, comissários de bordo multilíngues e serviços de alta qualidade, a Varig se tornou sinônimo de sofisticação, contando com o apoio do governo para promover o Brasil no exterior. A abertura do mercado nacional nos anos 1990, durante o governo Collor, marcou o início das dificuldades. A Varig enfrentou a concorrência de Transbrasil e Vasp nas rotas internacionais, perdendo seu monopólio.

Simultaneamente, empresas americanas como Delta, American Airlines, Continental e United Airlines entraram no mercado brasileiro, atraindo parte de seus clientes. A TAM também se tornou uma concorrente direta, oferecendo passagens aéreas mais acessíveis, seguida pela GOL no início dos anos 2000. Incapaz de se adaptar às mudanças e com práticas pouco competitivas, a Varig perdeu relevância.

A situação financeira da Varig se tornou insustentável no início do século XXI, agravada pela perda de espaço e dívidas acumuladas desde os anos 1980. Em 2003, a empresa já não conseguia pagar o arrendamento de suas aeronaves. Em junho de 2005, a Varig pediu recuperação judicial, dividindo-se em “velha Varig”, com dívidas de R$ 8 bilhões, e “nova Varig”, responsável pela operação sem débitos.

A Volo do Brasil adquiriu a “nova Varig” em 2006, suspendendo voos (exceto a ponte Rio-São Paulo) e demitindo 5,5 mil funcionários. Em 2007, a GOL assumiu a operação por US$ 320 milhões (R$ 1,7 bilhão). A “velha Varig” tentou continuar operando através da Flex Linhas Aéreas em 2007, mas encerrou suas atividades rapidamente. O Fim da Varig foi decretado em 20 de agosto de 2010, resultando em 12 mil desempregados, muitos sem receber seus direitos trabalhistas.

O legado da Varig no setor aéreo brasileiro é inegável, sua história de pioneirismo e excelência, embora tenha chegado a um Fim da Varig, continua a ser lembrada.

Via Tecmundo

Artigos colaborativos escritos por redatores e editores do portal Vitória Agora.