Encerrando as celebrações do Mês da Mulher, a Secretaria da Justiça (Sejus) e o Instituto Estadual de Meio Ambiente e de Recursos Hídricos (Iema) lançaram o Livro histórias de mães e filhas, uma coletânea de contos escritos pelas internas do Centro Prisional Feminino de Colatina (CPFCOL). O evento também contou com palestras e a apresentação do Coral Maria Marias, composto por internas do Centro Prisional Feminino de Cariacica (CPFC).
A obra reúne narrativas de amor, desafios e os diversos significados das relações entre mães e filhas, sob a perspectiva das detentas. Cada autora recebeu dez exemplares da publicação para compartilhar com suas famílias.
Este projeto foi desenvolvido durante o “Aconchego Lúdico”, uma iniciativa na unidade prisional de Colatina que visa promover o aprendizado de crianças da Educação Especial e Infantil das escolas do município, através da criação de fantoches, caixas sensoriais, jogos e livros. A Gerência de Educação Ambiental do Iema (GEA) foi parceira do projeto, coordenando a produção do livro.
Mário Louzada, diretor-presidente do Iema, ressaltou a importância da educação ambiental como ferramenta de inclusão e democratização. Ele também comentou sobre o impacto das histórias do Livro histórias de mães e filhas, destacando o quão comoventes e representativas elas são.
Rafael Pacheco, Secretário de Estado da Justiça, parabenizou todos os envolvidos e expressou sua satisfação em ver as histórias retratando momentos vividos fora do sistema prisional, com foco nas relações familiares. Ele também espera que o livro marque o recomeço na vida dessas mulheres.
Dayany Rodrigues de Queiroz, diretora do CPFCOL, enfatizou que o Livro histórias de mães e filhas simboliza o potencial transformador da educação e da expressão criativa no processo de ressocialização. A diretora ainda ressaltou que o livro é uma prova de que, com o apoio e as oportunidades adequadas, todos podem reescrever suas histórias.
Thais Mendes da Silva, autora do conto “Amor incondicional”, compartilhou sua alegria em ver seu sonho de escrever um livro se concretizar. Thais mencionou as oportunidades que teve dentro da unidade prisional, como cursos de costura, crochê e a conclusão do Ensino Médio, que a motivaram a buscar uma faculdade de Estética.
O evento também contou com a apresentação do Coral Maria Marias, que encantou o público com músicas como “Maria, Maria”, “Águas de Março”, “Garota de Ipanema” e “Aleluia”. A maestrina Simone Vaz Lopes conduziu o grupo.
Graciele Sonegheti, diretora-adjunta da Polícia Penal, ministrou a palestra “Mulheres encarceradas: desafios e superações”, onde abordou os motivos que levam mulheres ao aprisionamento, os desafios enfrentados e as oportunidades de ressocialização oferecidas pela Secretaria da Justiça (Sejus).
Sonegheti também informou que o sistema prisional cuida de cerca de mil mulheres, muitas vezes envolvidas com companheiros ligados ao tráfico de drogas ou vítimas de violência. No entanto, ela também destacou que o período de reclusão oferece momentos de reflexão e transformação, fortalecendo os vínculos familiares e capacitando-as para a reinserção social.
O Livro histórias de mães e filhas inclui os seguintes contos: Sem Julgamentos, Diário de uma Mãe, Diário de uma Filha, Joia Rara (Francielle Felix Silva), Novos Sonhos (Mônica de Sá), Amor Incondicional (Thais Mendes da Silva), A Alegria é Passageira, Mas Nenhum Sofrimento Será Eterno (Cristina Souza dos Santos), Histórias de uma Mãe Apaixonada pelos Filhos (Luana Almeida da Silva), A Melhor Mãe do Mundo (Derlane Martins Faria), Uma Grande História de Amor (Edgley de A. Pereira) e Há Tempo Para Tudo (Glauciete dos Santos Souza).
Essa iniciativa, que culminou no lançamento do Livro histórias de mães e filhas, demonstra o poder da educação e da arte como ferramentas de transformação e ressocialização. A coletânea de histórias oferece uma perspectiva única sobre as relações familiares, celebrando o amor e a resiliência das mulheres em um contexto desafiador.