Mudanças Climáticas Causam Prejuízos Bilionários no Brasil e no Mundo

Entenda o impacto das mudanças climáticas na economia e as adaptações necessárias das seguradoras.
03/09/2025 às 13:26 | Atualizado há 3 meses
               
Seguradoras e mudanças climáticas
Mudanças climáticas exigem adaptações estratégicas das seguradoras para mitigar riscos. (Imagem/Reprodução: Exame)

As mudanças climáticas estão tendo um efeito devastador na economia global, gerando perdas de aproximadamente R$ 1,9 trilhão em 2024. No Brasil, as perdas ultrapassaram R$ 32,8 bilhões, destacando um aumento alarmante de desastres naturais. Com 1.690 eventos registrados, o setor de seguros enfrenta um enorme desafio em lidar com os impactos desse fenômeno.

O Rio Grande do Sul vivenciou enchentes que resultaram em 184 mortes, com danos perto de R$ 100 bilhões, mas apenas 6% foram assegurados. Mundialmente, apenas 40% dos prejuízos por desastres naturais estão cobertos por seguros, o que revela uma vulnerabilidade significativa. Diante dessa realidade, as seguradoras estão revendo suas estratégias e aumentando suas receitas e indenizações para acompanhar os novos riscos.

A adesão a seguros no Brasil é bastante baixa, com somente 30% da frota de veículos e 25% das residências seguradas. Com a urgência de novos produtos que incluam riscos climáticos, as seguradoras, de acordo com especialistas, devem adaptar suas ofertas. Um planejamento integrado nas decisões sobre clima é crucial para minimizar os impactos futuros nas economias locais.

As mudanças climáticas geraram um impacto negativo significativo na economia global, resultando em prejuízos de aproximadamente R$ 1,9 trilhão em 2024, conforme relatório da consultoria Aon. No Brasil, esse cenário não foi diferente, com perdas que ultrapassaram R$ 32,8 bilhões. A quantidade alarmante de desastres naturais, contabilizando cerca de 1.690 eventos, traz à tona uma preocupação crescente com as seguradoras e mudanças climáticas.

O Rio Grande do Sul, por exemplo, enfrentou enchentes devastadoras que resultaram em 184 mortes e prejuízos estimados em quase R$ 100 bilhões. Contudo, apenas 6% das perdas foram cobertas por apólices de seguros, enquanto pedidos de indenização chegaram a R$ 6 bilhões, de acordo com a Confederação Nacional das Seguradoras (CNSeg). Em nível global, apenas 40% dos danos causados por desastres naturais estavam assegurados, deixando uma perda colossal de US$ 211 bilhões sem cobertura.

Diante desse cenário de vulnerabilidade, as seguradoras têm se adaptado em suas estratégias de operação. Em 2024, o setor registrou uma arrecadação de R$ 751,3 bilhões, um crescimento de 12% em comparação com o ano anterior. As indenizações também aumentaram, com valores superiores a R$ 504 bilhões, refletindo a pressão do setor de saúde suplementar.

A necessidade de adaptação dos modelos de negócios das seguradoras é alta, já que as mudanças climáticas apresentam novos desafios ao setor. “A natureza da indústria de seguros está ameaçada”, afirma Dyogo Oliveira, presidente da CNSeg. Dependendo de dados históricos, a avaliação de riscos precisa ser reavaliada, pois o cenário atual não se baseia nas flutuações climáticas do passado.

Além da proteção inadequada, a adesão aos seguros no Brasil é alarmantemente baixa. Apenas 30% da frota de veículos está segurada, e aproximadamente 25% das residências têm algum tipo de cobertura. Na agricultura, o uso de seguro rural é ainda menor, com apenas 7,7% da área cultivada coberta, apesar das crises climáticas frequentes, que frequentemente comprometem a produção rural.

Para lidar com esse problema, as seguradoras precisam oferecer produtos que considerem os riscos climáticos de forma direta. Oliveira destaca que o setor já oferece coberturas para eventos climáticos, embora essa necessidade de customização e adaptação seja cada vez mais urgente. O setor está em processo de desenvolvimento de novos produtos que mitiguem riscos climáticos, como seguros específicos para florestas e créditos de carbono.

Além disso, o comportamento do clima requer uma nova abordagem. Maria Netto, do Instituto Clima e Sociedade, reforça a importância de integrar a mudança climática nas decisões de planejamento de setores críticos como saúde e infraestrutura. “Uma abordagem integrada reduzirá a pressão sobre o governo para gastos com emergências climáticas”, afirma Netto.

Os impactos futuros da mudança climática são igualmente preocupantes. Projeções indicam um incremento na temperatura global entre 3°C e 4°C, afetando a economia, que ainda se baseia fortemente na agropecuária. A América Latina pode enfrentar um aumento do nível do mar de até 1,5 metro, colocando em risco portos e outras infraestruturas costeiras.

Por isso, é essencial que as seguradoras e mudanças climáticas continuem a ser discutidas em um nível crítico, com um foco em soluções eficazes que ajudem tanto na adaptação às novas realidades climáticas quanto na proteção dos bens e vidas dos segurados.

Via Exame

Artigos colaborativos escritos por redatores e editores do portal Vitória Agora.