Nelson Tanure busca substituir membros do conselho do GPA com novas indicações

Nelson Tanure propõe a destituição de membros do conselho do GPA para incluir novas indicações.
30/03/2025 às 22:43 | Atualizado há 4 semanas
Conselho do GPA
Tanure foca na reestruturação e redução da dívida do Grupo Pão de Açúcar. (Imagem/Reprodução: Infomoney)

O fundo de investimento Saint German, liderado por Nelson Tanure, solicitou formalmente ao GPA a convocação de uma assembleia geral extraordinária. O objetivo é destituir o atual Conselho do GPA e eleger novos membros, incluindo nomes indicados pelo próprio Tanure. A proposta visa uma reestruturação na administração da empresa.

O plano apresentado por Tanure detalha a formação de um novo conselho administrativo composto por nove membros. Desses, três seriam indicações diretas do investidor, com um mandato unificado de dois anos para todos os eleitos. A medida representa uma tentativa de influenciar a gestão da companhia.

Em 2024, Tanure adquiriu aproximadamente 9% das ações do GPA no mercado, demonstrando interesse em aumentar sua participação. Ele chegou a considerar a compra de papéis adicionais do grupo francês Casino, antigo controlador da rede de varejo brasileira, buscando fortalecer sua posição na empresa.

Houve uma manifestação inicial de interesse por parte dos representantes de Tanure ao Casino, que detém 22,5% do capital da varejista. No entanto, até o momento, não foi firmado nenhum acordo entre as partes, mantendo o cenário de incerteza sobre o futuro do controle acionário.

Em uma declaração à Reuters, Tanure, conhecido por investir em reestruturações corporativas, expressou seu desejo de reduzir a dívida do GPA. Para isso, ele propõe estratégias como a venda de ativos não essenciais, reavaliação e priorização de investimentos, além da otimização do fluxo de caixa.

Segundo Tanure, um balanço sólido proporcionará maior flexibilidade operacional e capacidade de crescimento para a companhia. O GPA encerrou o quarto trimestre de 2024 com uma dívida líquida de R$1,3 bilhão, incluindo o saldo de recebíveis não antecipados, evidenciando a necessidade de medidas para fortalecer suas finanças.

Além da questão financeira, Tanure propõe que o grupo avalie potenciais riscos fiscais, legais e trabalhistas. O objetivo é mitigar esses riscos e promover um ambiente de transparência e confiança junto aos acionistas e ao mercado em geral, visando uma gestão mais eficiente e responsável.

Tanure, atualmente o segundo maior acionista individual do GPA, planeja indicar os executivos Pedro de Moraes Borba, Rodrigo Tostes Solon de Pontes e Sebastián Dario Los para o Conselho do GPA. Esses profissionais trazem experiências diversas e complementares para a administração da empresa.

Borba atua no conselho da Ambipar, empresa de serviços ambientais na qual Tanure também investe. Pontes é diretor financeiro e de relações com investidores da Light, adquirida por Tanure há alguns anos, e Dario Los possui vasta experiência no setor de varejo, agregando conhecimento estratégico ao grupo.

O GPA opera cerca de 700 lojas, principalmente no estado de São Paulo, além de serviços de comércio eletrônico. A rede busca expandir sua atuação e aprimorar seus serviços para atender às demandas dos consumidores e fortalecer sua posição no mercado.

Via InfoMoney

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