A recente controvérsia envolvendo a Ubisoft reacendeu discussões sobre a preservação de jogos e os direitos dos consumidores. Uma cláusula no contrato de usuário final (EULA) da empresa gerou debates acalorados, pois determina que jogadores devem destruir cópias de jogos físicos caso estes deixem de ser comercializados. A exigência, embora não seja exclusiva da Ubisoft, levanta questões importantes sobre a propriedade e o futuro do colecionismo de jogos.
A inclusão dessa cláusula nos termos de uso da Ubisoft gerou preocupação entre jogadores, especialmente aqueles que valorizam as mídias físicas. A obrigatoriedade de desinstalar o jogo e destruir as cópias físicas após o encerramento do contrato ou descontinuação do título parece contraditória, visto que as mídias físicas tradicionalmente não dependem de licenças digitais ou servidores online para funcionar. A repercussão negativa levou a empresa a se manifestar sobre o assunto.
Após a polêmica ganhar força, a Ubisoft declarou que a cláusula em questão não é recente, integrando o contrato de usuário há mais de uma década. A empresa justificou que o trecho foi inserido como uma formalidade legal, visando esclarecer que, ao término da licença, o usuário perde o direito de acesso e utilização do produto. A Ubisoft reforçou que a cláusula possui caráter jurídico, não estando relacionada à prática comum dos jogadores.
Apesar da explicação, a Ubisoft admitiu que a linguagem utilizada no contrato pode soar inadequada ou desatualizada, considerando a forma como os jogos são consumidos atualmente. A empresa informou que está revisando a cláusula, buscando garantir que suas políticas reflitam as expectativas dos jogadores e a natureza em constante evolução da indústria. A situação serve de alerta para que jogadores e empresas sempre analisem os contratos antes de assiná-los.
A discussão reacendeu o debate sobre o papel dos colecionadores e preservacionistas de jogos. Especialistas apontam que a prática comum entre jogadores é manter suas cópias físicas como acervos históricos ou coleções pessoais, ignorando a exigência contratual. A cláusula não impede o funcionamento de mídias físicas que não dependem de servidores online, o que significa que, em muitos casos, o jogo continuará funcionando normalmente.
Via TecMundo