Em Colatina, a construção de um novo hospital está envolta em uma polêmica. O Hospital Estadual Sílvio Avidos, com mais de 70 anos, precisa ser substituído. A localização do novo prédio é o centro do debate. O prefeito atual discorda do local escolhido pela gestão anterior e pelo Governo do Estado. Recursos do Acordo de Mariana estão destinados à obra, mas a indefinição ameaça o projeto.
O Hospital Estadual Sílvio Avidos, inaugurado em 1949, atende a Região Noroeste do Espírito Santo. Sua estrutura, localizada no centro de Colatina, está deteriorada. Um novo hospital é necessário, mas a escolha do terreno causa impasse.
A gestão do prefeito Renzo Vasconcelos (PSD) questiona a localização definida pelo ex-prefeito Guerino Balestrassi (MDB) e pelo Governo Estadual. A área, no bairro Cidade Jardim, faz parte de um terreno maior comprado pela prefeitura. Um acordo verbal previa a doação da área ao Estado para a construção. A atual gestão, porém, não realizou a doação, considerando o local inadequado.
O deputado federal Paulo Folletto (PSB) critica publicamente a postura do prefeito. Folletto defende a construção do novo hospital no local acordado previamente. Ele ressalta a importância do projeto para a região e a disponibilidade de recursos.
O secretário estadual de Saúde, Tyago Hoffmann (PSB), reforça a urgência da obra. O projeto básico está pronto, mas a falta de definição do terreno impede o início da licitação. Hoffmann afirma que o Estado aceita outro local, desde que a prefeitura agilize a doação. O atual Sílvio Avidos possui 120 leitos e é referência em urgência, emergência e cirurgias de trauma. O novo hospital teria capacidade ampliada para 280 ou até 350 leitos.
Os recursos para a construção, R$ 270 milhões, vêm do Acordo de Mariana. O acordo prevê R$ 18 bilhões para o Espírito Santo em 20 anos, sendo R$ 619 milhões destinados à saúde. Desse montante, R$ 90 milhões precisam ser investidos neste ano. O ex-prefeito Guerino Balestrassi planejou um complexo de equipamentos públicos no terreno de Cidade Jardim. O projeto inclui um novo estádio, escola, quartéis da PM e Bombeiros, estacionamento e a nova sede do SVO. A localização estratégica visava desafogar o centro, melhorar a mobilidade e impulsionar a economia da região norte.
O projeto de lei para a doação do terreno, enviado por Balestrassi à Câmara Municipal, foi retirado de pauta sob influência de Renzo. O prefeito busca alternativas, como um terreno da Conab, mas ainda não se manifestou oficialmente sobre o assunto. O deputado Folletto questiona se a resistência do prefeito se deve ao fato de sua família ser proprietária do Hospital São José, um hospital filantrópico local. Folletto afirma que a construção do novo hospital estadual não prejudicaria o São José, e que continuará destinando emendas para ambos.
O destino do antigo prédio do Sílvio Avidos, tombado como patrimônio histórico, também está em discussão. Há propostas para transformá-lo em um hospital materno-infantil ou em uma UPA 24 horas. A indefinição do terreno para o novo hospital gera preocupação. A comunidade e o governo aguardam uma solução por parte da prefeitura para que o projeto, crucial para a saúde da região, possa finalmente sair do papel.
Via ES360