São Martinho (SMTO3) apresenta resultado misto no 2º trimestre e ajusta foco no açúcar

SMTO3 registra queda de lucro e revisão na produção; veja o que isso significa para as ações.
11/11/2025 às 11:05 | Atualizado há 4 semanas
               
SMTO3 segundo trimestre
São Martinho tem lucro líquido de R$ 176 mi no 2T26, queda de 5,9%. (Imagem/Reprodução: Moneytimes)

No segundo trimestre da safra 2025/2026, a São Martinho (SMTO3) registrou uma queda de 5,9% no lucro líquido, totalizando R$ 176 milhões. A empresa também revisou para baixo sua previsão de moagem de cana, reduzindo de 22,6 para 22 milhões de toneladas, refletindo uma produção menor de açúcar e uma estratégia cautelosa para o uso do capital.

A companhia mantém a expectativa de que 51% da produção será destinada ao etanol, com um volume estimado de 915 milhões de litros, enquanto a produção de açúcar deve alcançar 1,42 milhão de toneladas. A postura mais conservadora na alocação de recursos evidencia a preocupação da empresa com o fluxo de caixa diante dos preços baixos do açúcar.

Apesar dos desafios do mercado e dos custos elevados, a São Martinho preserva uma alavancagem confortável e aposta em uma recuperação do preço do açúcar para o ciclo 2026/2027. Os analistas consideram a situação da empresa delicada, mas com potencial para melhora, recomendando atenção aos próximos desdobramentos e ao desempenho das ações.
“`html

A SMTO3 segundo trimestre da safra 2025/2026 reportou uma diminuição de 5,9% no lucro líquido, totalizando R$ 176 milhões. Além disso, a companhia revisou suas projeções para o processamento de cana-de-açúcar, ajustando de 22,6 milhões para 22 milhões, o que representa uma queda de 2,7%. As informações são do BTG Pactual, que também apontou uma redução de 5,3% no capex total para a safra, agora estimado em R$ 2,8 bilhões.

Para a safra, a SMTO3 agora estima que 51% de sua produção seja destinada ao etanol, com um volume esperado de 915 milhões de litros. A produção de açúcar, por outro lado, deve alcançar 1,42 milhão de toneladas. Analistas do BTG Pactual, Thiago Duarte e Guilherme Guttilla, observaram que a revisão para baixo do capex reflete uma postura mais cautelosa em relação ao fluxo de caixa livre, diante da fraqueza nos preços do açúcar.

Apesar do consumo sazonal de capital de giro, a alavancagem da empresa permanece em um nível confortável, com 1,6 vezes o Ebitda dos últimos 12 meses. O BTG Pactual mantém uma recomendação de compra para as ações da SMTO3, com um preço-alvo de R$ 39.

A São Martinho demonstra uma visão otimista em relação aos preços do açúcar para o ciclo 2026/2027, conforme indicado por sua posição de hedge. Até o momento, a empresa fixou apenas 101 mil toneladas para a safra 26/27, o que corresponde a cerca de 10% da estimativa de produção própria do BTG Pactual. Historicamente, a SMTO já tinha, em média, 36% da produção da safra seguinte com hedge neste ponto do ano.

O banco observa que, embora a empresa pareça confiante em uma recuperação dos preços e em melhores janelas de fixação no futuro, essa estratégia envolve riscos. Os preços atuais estão mais de 10% abaixo do custo total estimado de produção em caixa para a SMTO3.

Analistas apontam que a São Martinho tem sido uma aposta desafiadora este ano, com os preços do açúcar abaixo de US$ 0,14 (uma queda de 20% no ano, em dólares). Uma situação similar é observada para as ações do setor sucroenergético. Com os custos em caixa acima dos preços spot do açúcar e os custos do etanol apenas ligeiramente abaixo, a empresa enfrenta uma situação de potencial queima de caixa na próxima safra, mesmo com margens mais fortes do etanol de milho.

O Itaú BBA avalia que os números da SMTO3 no SMTO3 segundo trimestre ficaram em linha com suas projeções. A instituição financeira aponta que o novo guidance para a safra 2025/26 sugere uma leve redução na produção de ATR (Açúcar Total Recuperável) devido a condições climáticas desfavoráveis, impactando a produção de açúcar em cerca de 4% no ano. O Itaú BBA acredita que esse ajuste já foi antecipado, com base nos dados recentes de moagem da indústria.

A revisão para baixo do capex em R$ 160 milhões é vista como um fator positivo para a geração de caixa no curto prazo, especialmente considerando as altas taxas de juros. O Itaú BBA não espera grandes mudanças nos preços das commodities, o que pode resultar em um ambiente de baixa atratividade para investidores no curto prazo. A recomendação para as ações é de compra, com um preço-alvo de R$ 31.

Apesar dos desafios de curto prazo, o Itaú BBA mantém uma visão positiva de longo prazo para a São Martinho, destacando sua eficiência como operadora no setor sucroenergético, com o menor custo em caixa por tonelada de cana. Essa característica representa uma vantagem competitiva fundamental para os players de commodities.

Em resumo, o desempenho da SMTO3 segundo trimestre da safra 2025/2026, juntamente com as revisões nas projeções e estratégias da empresa, oferecem um panorama complexo. A aposta no açúcar e a eficiência operacional da São Martinho são pontos de destaque, mas os desafios de mercado e a cautela nos investimentos também merecem atenção. O mercado aguarda os próximos capítulos para confirmar se a visão otimista da empresa se concretizará.

Via Money Times
“`

Artigos colaborativos escritos por redatores e editores do portal Vitória Agora.