O futuro da exploração espacial pode estar na mineração de asteroides, com empresas buscando extrair recursos valiosos desses corpos celestes. A ideia, antes vista como ficção científica, ganha força com o aumento dos custos e impactos da mineração terrestre, impulsionando a busca por alternativas no espaço.
A AstroForge, sediada na Califórnia, é uma das empresas na vanguarda dessa corrida. Recentemente, lançou sua primeira espaçonave não tripulada, a Odin, em um foguete Falcon 9 da SpaceX. A missão ambiciona sobrevoar o asteroide 2022 OB5, a milhões de quilômetros da Terra, para analisar sua composição.
Apesar de enfrentar desafios de comunicação com a Odin, Matt Gialich, fundador da AstroForge, mantém o otimismo. Ele planeja lançamentos futuros para desenvolver métodos de mineração de asteroides próximos à Terra. O foco está em metais do grupo da platina, cruciais para tecnologias renováveis e células de combustível.
Victor Vescovo, investidor da AstroForge, acredita que os obstáculos são superáveis com o desenvolvimento das ferramentas certas. Agências espaciais como a Jaxa e a NASA já coletaram amostras de asteroides, mostrando que a coleta direta é viável. A mineração de asteroides poderia ser uma solução para a crescente demanda por recursos.
Ian Lange, da Colorado School of Mines, aponta desafios técnicos como a extração de recursos sem a gravidade. A separação do minério e a reprodução de processos químicos no espaço exigirão novas abordagens. A mineração terrestre está se tornando mais dispendiosa em vários aspectos.
A privatização do setor espacial e o desenvolvimento de foguetes reutilizáveis reduziram os custos de lançamento. Joel Sercel, da TransAstra, destaca que a mineração de asteroides pode acontecer antes do previsto, impulsionada por um vibrante mercado espacial privado. Neil deGrasse Tyson vislumbra o primeiro trilionário vindo da mineração espacial.
Kathryn Miller, da Universidade de Lancaster, argumenta que a mineração de asteroides pode ser mais interessante ambientalmente do que a mineração em águas profundas. Um estudo comparou a emissão de CO2 na mineração de platina na Terra e em asteroides, indicando uma menor pegada de carbono na extração espacial. A Karmen+ busca minerar recursos no espaço para construir uma economia espacial.
Questões sobre a propriedade dos recursos extraídos de asteroides ainda precisam ser resolvidas. Rosanna Deplano, da Universidade de Leicester, menciona o Tratado do Espaço Sideral de 1967, que não proíbe a mineração, mas o Tratado da Lua de 1979 impõe restrições. A ONU deve discutir a utilização de recursos espaciais em 2027.
Via G1