Nelson Tanure, empresário com base na Bahia e no Rio de Janeiro, está empenhado em assumir o controle da Braskem. Para isso, tem mantido conversas com grandes bancos como Itaú, Bradesco, Santander, Banco do Brasil e BNDES, buscando o apoio financeiro necessário para concretizar sua proposta ainda este ano. O objetivo é também fortalecer a participação da Petrobras na gestão da companhia.
Desde que manifestou seu interesse pela Braskem, Tanure tem trabalhado para superar os obstáculos entre a Novonor (atual controladora), os bancos credores e a Petrobras, que é tanto acionista quanto principal fornecedora de matéria-prima da empresa. Segundo Tanure, as negociações com a Novonor começaram de forma discreta, após o término das negociações com a Abu Dhabi National Oil Company (ADNOC).
Na proposta atual, a Novonor reduziria sua participação de 38,3% para cerca de 3,5%, mas continuaria envolvida na operação. Tanure enfatizou que não avançaria com o acordo sem a permanência da Novonor. No entanto, os bancos credores mostram-se céticos, já que as ações da Novonor são garantia de uma dívida superior a R$ 15 bilhões. Para a operação ser viável, os credores precisariam aceitar um desconto considerável nessa dívida, e o mercado questiona a capacidade financeira de Tanure para concluir a transação.
Durante a Operação Lava Jato, a Novonor (antiga Odebrecht) ofereceu suas ações da Braskem como garantia de empréstimos. Atualmente, o valor dessas ações cobre menos de um quarto da dívida total. Tanure reconhece a importância do apoio dos bancos, embora ressalte que eles não possuem controle direto sobre a empresa. Ele explicou que as ações pertencem à Novonor e estão apenas em alienação fiduciária para garantir os empréstimos.
A Petrobras, por sua vez, não se manifestou sobre o assunto. No entanto, a presidente da estatal, Magda Chambriard, já indicou interesse em aumentar a participação da Petrobras na gestão da empresa. Tanure defende uma presença mais forte da Petrobras na operação da Braskem, destacando a experiência e o conhecimento da estatal. Ele também tem ambições de transformar o polo petroquímico de Camaçari, na Bahia, em um centro de inovação sustentável, buscando desenvolver a indústria petroquímica verde no Brasil, com a Bahia como um polo estratégico.
É importante ressaltar que Tanure na Braskem tem um histórico de investimentos em empresas com dificuldades financeiras. Atualmente, ele controla a Prio, uma das maiores petroleiras privadas do Brasil e concorrente da Petrobras. Sua trajetória inclui investimentos considerados de risco, como a aquisição da companhia de energia Light, que enfrenta uma recuperação judicial com uma dívida superior a R$ 15 bilhões.
Via InvestNews