Universidades dos EUA enfrentam crise financeira em meio à guerra cultural de Trump

Entenda como a pressão financeira nas universidades dos EUA está ligada às polêmicas culturais da era Trump.
15/04/2025 às 11:32 | Atualizado há 2 semanas
Guerra cultural de Trump
Trump e assessores manipulam verbas federais para alterar a educação superior. (Imagem/Reprodução: Infomoney)

A administração de Donald Trump implementou uma série de medidas com o objetivo de remodelar o panorama ideológico nas instituições de ensino superior dos Estados Unidos. Essa iniciativa, que ganhou força após os protestos nos campi relacionados ao conflito entre Israel e Hamas, tem gerado debates acalorados sobre a autonomia universitária e a liberdade de expressão. A estratégia envolve o controle sobre fundos federais destinados à pesquisa, buscando alinhar as universidades com uma visão mais conservadora.

Após assumir o cargo, Trump criou uma força-tarefa para examinar universidades em busca de possíveis violações de direitos civis, apoiada por Stephen Miller. Essa força-tarefa tem como objetivo pressionar as instituições a reavaliarem suas políticas. A Casa Branca obteve uma vitória inicial quando a Universidade Columbia concordou com uma lista de exigências, incluindo políticas disciplinares mais rígidas e supervisão do departamento de estudos do Oriente Médio.

A **Guerra cultural de Trump** se intensificou com o foco em outras universidades, incluindo Harvard. O governo enviou uma lista de exigências à Harvard, incluindo a realização de auditorias externas em programas que promovam o antissemitismo. Também foi exigido que a universidade mudasse a contratação e fechasse programas relacionados à diversidade, equidade e inclusão. Harvard se recusou a ceder, argumentando que as exigências representam uma regulamentação governamental direta das “condições intelectuais” na universidade.

A resposta do governo foi a suspensão de mais de US$ 2,2 bilhões em subsídios e contratos para Harvard. O Departamento de Educação também alertou 60 universidades de que elas poderiam enfrentar repercussões devido a investigações pendentes sobre acusações de antissemitismo. Essa ação ocorre em um momento de crescente desconfiança pública no ensino superior, em grande parte devido a preocupações sobre agendas políticas e custos elevados.

Líderes universitários expressaram preocupação com o que consideram um ataque à liberdade acadêmica. Eles afirmam que nunca viram tal nível de intrusão governamental na tomada de decisões acadêmicas. Por outro lado, funcionários da administração Trump argumentam que estão buscando responsabilizar um sistema que recebe bilhões em financiamento federal. Christopher Rufo, um ativista conservador, defende a estratégia, argumentando que é fundamental recuperar o poder nas instituições.

Durante sua campanha presidencial, Trump descreveu uma nação com discriminação contra conservadores, particularmente nos campi universitários. Ele prometeu cortar fundos de pesquisa federal e apoio a empréstimos estudantis de universidades envolvidas em atividades de censura ou interferência eleitoral. Miller também trabalhou em questões semelhantes, processando universidades por discriminação contra homens brancos. Após 7 de outubro de 2023, Trump intensificou o combate ao antissemitismo como um grito político.

A campanha de pressão sobre o ensino superior continua a gerar debates sobre os limites da intervenção governamental na academia. As universidades dos EUA enfrentam um momento desafiador, equilibrando a necessidade de financiamento com a defesa da autonomia e da liberdade acadêmica. A forma como essas tensões serão resolvidas terá um impacto significativo no futuro do ensino superior nos Estados Unidos.

Via InfoMoney

Artigos colaborativos escritos por redatores e editores do portal Vitória Agora.