Diante da alta dos preços e da inflação, o consumo consciente no Brasil se tornou uma necessidade para muitas famílias. Uma pesquisa da NielsenIQ, divulgada recentemente em São Paulo, mostra que os brasileiros estão adotando quatro estratégias principais para manter o carrinho de compras cheio sem estourar o orçamento: trocar marcas, experimentar produtos novos, caçar promoções e variar os locais de compra.
O estudo revela que 40% das categorias de produtos perderam faturamento porque os consumidores estão optando por versões mais baratas. Itens básicos, como café e produtos de limpeza, estão entre os mais afetados. Além disso, 74% dessas trocas foram para categorias similares, mas com preços menores.
A busca por economia também está levando os brasileiros a testar marcas desconhecidas. Em 2025, mais de 39.000 novos produtos chegaram ao mercado, com um crescimento de 36% nas vendas. Quase metade desses lançamentos está na faixa de preço mais baixa, reforçando a tendência de consumo consciente no Brasil.
Outro dado importante é que 62% das famílias priorizam o preço na hora de decidir o que comprar, enquanto 57% estão sempre de olho em promoções. Essa sensibilidade aos valores é ainda maior em itens básicos, onde 66% das categorias respondem fortemente a descontos.
Os canais de compra também estão mudando. Supermercados tradicionais seguem estáveis, mas e-commerces e atacarejos cresceram 19,1% e 19,7%, respectivamente. Muitos consumidores estão visitando mais de um local para encontrar os melhores preços, mostrando uma adaptação ao cenário econômico.
O resultado dessas mudanças é um carrinho mais enxuto, mas com compras mais estratégicas. A frequência de idas ao mercado diminuiu, enquanto o valor médio gasto por visita subiu 2%. No entanto, 84% das categorias básicas registraram queda no volume de vendas no primeiro trimestre de 2025.
Com a inflação afetando 78% dos produtos, o consumo consciente no Brasil deve continuar ditando as escolhas dos brasileiros nos próximos meses. A pesquisa reforça que o consumidor está mais atento, comparando preços e buscando alternativas para equilibrar o orçamento doméstico.
Via Exame
