Um estudo recente da Nature Climate Change revela forte Apoio público ação climática. 89% da população global deseja ações governamentais mais efetivas. Curiosamente, muitos se sentem sozinhos nessa preocupação. O Brasil desponta como protagonista, com alta aprovação de medidas pró-clima, e a COP30 reforça seu papel.
A pesquisa, com quase 130 mil pessoas em 125 países, identificou a “espiral de silêncio”. Muitos que apoiam a causa climática acreditam, erroneamente, estar em minoria. Globalmente, 69% das pessoas doariam 1% da renda para ações climáticas, mas a percepção é de que apenas 43% fariam o mesmo.
O Brasil demonstra grande apoio à ação climática. De 70% a 80% dos brasileiros contribuiriam com 1% de sua renda. Mais de 90% apoiam normas pró-clima e ações governamentais mais fortes. O país se destaca, superando nações desenvolvidas no apoio à causa.
A vulnerabilidade do Brasil às mudanças climáticas, como secas na Amazônia e inundações no Sul, contribui para essa sensibilização. O estudo também indica que países com maior PIB per capita tendem a contribuir menos financeiramente. Populações em áreas de risco vivenciam os efeitos das mudanças climáticas, tornando a questão mais urgente.
Sediar a COP30 coloca o Brasil em posição de destaque no cenário internacional. O apoio à ação climática se mostra forte entre os países do G20, responsáveis por 77% das emissões globais. A professora Teodora Boneva, da Universidade de Bonn, destaca a união global pela ação climática. Corrigir percepções equivocadas sobre o apoio público pode gerar impactos positivos.
Países como China e EUA, grandes emissores de carbono, apresentaram resultados distintos. 97% dos chineses desejam mais ação de seu governo. Nos EUA, 74% concordam, com 48% dispostos a contribuir financeiramente.
A pesquisa revela um descompasso entre apoio público e percepção política. No Reino Unido, o apoio a parques eólicos foi subestimado. Nos EUA, 80% dos funcionários do Congresso subestimaram o apoio a limites de emissões. Essa desconexão pode explicar a lentidão na implementação de políticas climáticas.
Há forte correlação entre normas sociais pró-clima e políticas ambientais. O Brasil, com amplo apoio público, tem potencial para fortalecer sua legislação climática. O desafio é transformar apoio em ação coletiva, com políticas que respondam à urgência da crise. A conscientização pública e a pressão política são cruciais para impulsionar ações efetivas. O apoio existe, e agora precisa ser canalizado para mudanças reais.
Via Exame