7 mulheres que desafiaram tradições no Vaticano sob o papado de Francisco

Conheça as histórias de 7 mulheres que romperam barreiras no Vaticano durante o papado de Francisco. Saiba mais sobre suas conquistas.
29/04/2025 às 11:32 | Atualizado há 5 meses
Mulheres no Vaticano
Papa Francisco impulsiona maior participação feminina no Vaticano em década. (Imagem/Reprodução: Exame)

O Papa Francisco promoveu mudanças significativas na presença das Mulheres no Vaticano durante seu papado. A nomeação de Irmã Simona Brambilla para um alto cargo, meses antes de seu falecimento, simboliza essa transformação. Dados do Vaticano mostram um aumento na participação feminina na força de trabalho, de 19,2% para 23,4%, em doze anos.

A nomeação de Brambilla como prefeita do Dicastério para Institutos de Vida Consagrada e Sociedades de Vida Apostólica, em janeiro de 2025, marcou um passo histórico. A ex-enfermeira e missionária em Moçambique assumiu o posto mais alto já ocupado por uma mulher no Vaticano. Em seu discurso de posse, ela reconheceu seu papel como “símbolo de todas as mulheres que servem à Igreja”.

Essa nomeação faz parte de uma série de decisões do Papa Francisco que visam ampliar o papel das Mulheres no Vaticano. Bronagh Ann McShane, pesquisadora da Trinity College Dublin, destaca que essas escolhas “desafiam convenções enraizadas”. Por séculos, o poder na Igreja Católica foi exclusivamente masculino.

Em 2022, a Irmã Raffaella Petrini tornou-se secretária-geral do Governatorato do Estado da Cidade do Vaticano. Um cargo tradicionalmente ocupado por bispos. Petrini administra toda a infraestrutura e operações da cidade-estado. Outro marco foi a nomeação de Barbara Jatta, em 2016, como a primeira diretora dos Museus do Vaticano.

A Irmã Nathalie Becquart, nomeada subsecretária do Sínodo dos Bispos em 2021, tornou-se a primeira mulher com direito a voto nesse fórum. A Irmã Carmen Ros Nortes, religiosa espanhola, atua como subsecretária no mesmo dicastério liderado por Brambilla. Supervisionando questões relacionadas à vida consagrada feminina desde 2018. Ela declarou que sua nomeação representa “um reconhecimento de competências”.

Em 2022, mulheres como María Lía Zervino, ex-presidente da União Mundial das Organizações Femininas Católicas, foram nomeadas para o Dicastério para os Bispos. Ganhando voz na seleção de lideranças episcopais. O Papa Francisco reconheceu a importância dessa mudança, afirmando que “as coisas estão se abrindo um pouco”.

Além das nomeações oficiais, a amizade de Francisco com a Irmã Genevieve chamou a atenção. A freira francesa, de 82 anos, quebrou protocolos ao rezar perto do corpo do Papa na Basílica de São Pedro. A amizade surgiu há duas décadas, quando Genevieve buscava justiça para sua tia, Leonie Duquet, assassinada pela ditadura argentina.

Apesar dos avanços, Francisco manteve posições tradicionais em questões como a ordenação feminina. Criou uma comissão para estudar a ordenação de mulheres diáconas nos primórdios da Igreja, mas o relatório não foi divulgado. Uma segunda comissão foi formada em 2020, com trabalhos retomados em 2024. Francisco reafirmou que a ordenação sacerdotal ficaria “reservada aos homens”.

A Irmã Christine Schenk, fundadora do FutureChurch, considera o debate sobre o papel das mulheres uma mudança impactante do pontificado. Phyllis Zagano, da Universidade Hofstra, acredita que Francisco tentou confrontar a misoginia histórica na Igreja. O futuro dessas mudanças permanece incerto, com a proximidade do próximo conclave.

A crescente presença das Mulheres no Vaticano, impulsionada pelo Papa Francisco, representa uma mudança gradual, mas significativa, na estrutura de poder da Igreja Católica. Resta saber se essas conquistas serão mantidas e expandidas pelos sucessores de Francisco.

Via Exame

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