A Dataprev, em parceria com a Drumwave, anunciou no Web Summit Rio um projeto piloto para monetização de dados pessoais de cidadãos brasileiros. A iniciativa permitirá que brasileiros compartilhem e lucrem com seus dados, começando por informações de contratos de empréstimo consignado. Rodrigo Assumpção, presidente da Dataprev, Brittany Kaiser, conselheira da Drumwave, e Gustavo Franco, ex-presidente do Banco Central, apresentaram a proposta.
A monetização de dados pessoais será feita através de uma “conta digital de dados”. A dWallet, tecnologia de carteira digital da Drumwave, será a base para o sistema. Os cidadãos poderão autorizar a compilação e venda de informações. A Dataprev escolheu os contratos de consignado por serem ricos em informações. Eles também já possuem mecanismos para tratamento e compartilhamento de dados, alinhados com o open finance.
Assumpção destacou que os contratos serão certificados para quem autorizar. Os dados serão compilados, comercializados e compartilhados de forma autônoma (machine to machine). A Dataprev intermedia mais de 60 milhões de contratos de empréstimo consignado. A iniciativa busca preparar o cenário para um futuro regulamentado de monetização de dados pessoais, especialmente com o uso crescente da inteligência artificial em finanças.
A Drumwave atuará na camada de contas e carteiras digitais, sem acesso direto às informações da Dataprev. Assumpção garantiu que a segurança dos dados será mantida, similar à segurança usada com outros parceiros como Huawei e Oracle. Ele não comentou sobre o recente vazamento de dados do INSS.
Brittany Kaiser acredita que o projeto valoriza os dados e os coloca nas mãos dos usuários. Ela ressalta a importância de definir a propriedade dos dados. Gustavo Franco complementa que a iniciativa torna a discussão sobre dados não só sobre privacidade, mas também econômica. Para ele, o projeto impulsiona o open finance e a criação de melhores produtos financeiros, principalmente no crédito.
O projeto piloto ainda não tem data de lançamento. No entanto, promete ser um marco importante na discussão sobre monetização de dados pessoais e privacidade no Brasil, com potencial impacto no setor financeiro e no futuro do open finance. A iniciativa levanta questões sobre propriedade, segurança e o valor econômico das informações pessoais.
Via Startups