Grupos ambientalistas intensificaram a pressão contra o Leilão ANP foz Amazonas, previsto para 17 de junho. A licitação inclui blocos em áreas ambientalmente sensíveis, como a foz do Rio Amazonas e a Margem Equatorial, do Rio Grande do Norte ao Amapá. Uma carta foi enviada a autoridades federais, incluindo o presidente Lula e a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva. A carta pede a exclusão permanente desses blocos dos leilões da ANP.
O pedido se baseia em pareceres técnicos da área ambiental do governo. O documento foi entregue ao secretário-executivo do Ministério do Meio Ambiente e ao presidente do Ibama. Além da carta, o Instituto Arayara prepara uma ação judicial para barrar o leilão. A ONG possui um parecer que recomenda a exclusão de todos os blocos da Bacia Potiguar, no Rio Grande do Norte.
Mesmo com a recomendação, a ANP manteve as áreas no leilão, com apoio do Ministério de Minas e Energia (MME). A ANP alega que os blocos têm respaldo dos Ministérios de Minas e Energia e do Meio Ambiente. A agência transferiu parte da responsabilidade ao Ibama. Segundo a ANP, o órgão avaliará os impactos na biodiversidade durante o licenciamento.
A situação expõe a divergência dentro do governo. O MME ignorou os pareceres técnicos e manteve 16 dos 31 blocos da Bacia Potiguar inicialmente listados. João Paulo Capobianco, secretário-executivo do Ministério do Meio Ambiente, defendeu a coerência na proteção ambiental. Ele criticou a revisão de portarias sobre áreas sensíveis proposta pelo MME.
A discussão evidencia a lenta transição energética da Petrobras. A empresa ainda prioriza tecnologias como captura de carbono, em vez de investir em renováveis. A captura de carbono, embora cara e sem eficácia comprovada em larga escala, mantém o foco nos combustíveis fósseis. O Leilão ANP foz Amazonas reacende o debate sobre desenvolvimento versus preservação. A exploração de petróleo na região traz preocupações com potenciais danos ambientais.
Via Exame