O setor de hospedagem e alimentação no Brasil sofre com um prejuízo estimado em R$ 100 bilhões devido a fraudes no setor hoteleiro e golpes. Em São Paulo, esse valor chega a R$ 25 bilhões. Um dos golpes mais comuns é a falsa hospedagem, onde o cliente paga por uma reserva que não existe.
Em 2024, esse tipo de golpe causou um prejuízo de R$ 2,4 bilhões no país. Edson Pinto, diretor-executivo da Federação dos Hotéis, Restaurantes e Bares do Estado de São Paulo (Fhoresp), aponta agências de viagem não autorizadas como as principais responsáveis. Somente em São Paulo, as perdas chegaram a R$ 135 milhões no ano passado.
O setor de bufês também é alvo de fraudes. Estelionatários fecham estabelecimentos ou não cumprem contratos, gerando perdas de R$ 90 milhões no Brasil e R$ 15 milhões em São Paulo, em 2024. As fraudes virtuais, como golpes com QR Codes falsos, também crescem, causando um prejuízo de R$ 135 milhões no país. Golpistas alteram os códigos para desviar pagamentos e roubar dados bancários, muitas vezes usando redes Wi-Fi públicas.
Contrabando e falsificação de produtos elevam as perdas fiscais. No setor de bebidas alcoólicas, 36% dos produtos comercializados no Brasil são falsificados ou contrabandeados, resultando em um prejuízo fiscal de R$ 85,2 bilhões. Em São Paulo, o impacto é de R$ 23 bilhões. O mercado de cigarros falsificados causou uma perda de R$ 9 bilhões em arrecadação no Brasil, sendo R$ 1,65 bilhão em São Paulo.
A Fhoresp alerta para a continuidade das perdas em 2025, caso não haja ações mais efetivas. A entidade sugere a criação de um Cadastro de Estelionatários, com apoio da Polícia Federal, Polícia Civil e Ministério Público, para facilitar a identificação e punição dos golpistas. A implementação de tecnologias para garantir a segurança dos contratos e seguros contra inadimplência também é recomendada.
Edson Pinto reforça a urgência na criação de um sistema de proteção mais robusto para minimizar os danos a empresas e consumidores. “Sem uma regulação mais forte e ações integradas, clientes e empresas continuarão arcando com o prejuízo”, afirmou. A Fhoresp busca soluções para proteger o setor e seus consumidores, visando um mercado mais seguro e transparente. A conscientização sobre os tipos de golpes e a adoção de práticas de segurança são cruciais para minimizar os riscos.
Via Exame