PIB do México avança no primeiro trimestre apesar de incertezas com tarifas

Economia do México registra crescimento no primeiro trimestre, mesmo diante de incertezas sobre tarifas comerciais. Saiba mais.
30/04/2025 às 17:29 | Atualizado há 4 meses
Crescimento PIB mexicano
País altamente vulnerável a tarifas de Trump, com 80% das exportações destinadas aos EUA. (Imagem/Reprodução: Exame)

O Instituto Nacional de Estatística (Inegi) divulgou que o Crescimento PIB mexicano foi de 0,6% no primeiro trimestre de 2024. Este resultado, comparado ao mesmo período do ano anterior, ocorre em um cenário de incertezas geradas pelas tarifas impostas pelos Estados Unidos. A economia mexicana, segunda maior da América Latina, depende fortemente do comércio com os EUA, para onde direciona 80% de suas exportações.

O Inegi detalhou o desempenho dos setores econômicos. A indústria, crucial para as exportações mexicanas, retraiu 1,4%. Em contraste, o setor primário, que inclui agricultura e pecuária, cresceu 6%. Os serviços apresentaram alta de 1,3%.

Analisando o trimestre anterior, o PIB mexicano teve um leve aumento de 0,2%, segundo dados preliminares do Inegi. Nesse período, a indústria recuou 0,3%, enquanto a agricultura e pecuária avançaram 8,1%. O setor de serviços se manteve estável.

A consultoria britânica Capital Economics avaliou que o desempenho industrial sugere impactos negativos das tarifas americanas, em vigor desde março. A empresa destacou que o crescimento foi puxado pela agricultura, enquanto outros setores, principalmente a indústria, enfrentaram dificuldades.

A presidente Claudia Sheinbaum considerou o crescimento do PIB uma notícia positiva, dado o contexto de incerteza gerado pela política comercial americana. Ela reconheceu o desejo por números melhores. No entanto, ressaltou a complexidade da situação global e as novas regras impostas pelo ex-presidente Trump.

Vale lembrar que as tarifas de Trump isentam México e Canadá de taxações sobre bens exportados dentro do T-MEC. Porém, setores como o automotivo e o siderúrgico ainda enfrentam taxas americanas. O FMI projetou uma contração de 0,3% na economia mexicana para 2024. O governo de Sheinbaum mantém a expectativa de crescimento entre 1,5% e 2,3% até 2025.

Sheinbaum também comentou sobre as novas medidas da Casa Branca para reduzir tarifas na indústria automotiva. Considerou-as um avanço para o México, importante polo produtor e fornecedor de autopeças para montadoras globais como Ford e General Motors.

O decreto assinado por Trump limita o impacto das tarifas no setor. A taxa de 25% para veículos importados não se somará à taxa de 25% sobre aço e alumínio. Além disso, as empresas têm dois anos para realocar suas cadeias de suprimentos para os EUA. Fabricantes que pagarem 25% de tarifa sobre veículos com peças importadas, produzidos e vendidos nos EUA, poderão receber parte do valor de volta.

Para Sheinbaum, essas medidas representam melhores condições em relação a março e um reconhecimento da importância do T-MEC.

O cenário econômico mexicano segue complexo e dependente das relações comerciais com os EUA. Acompanhar os próximos trimestres será fundamental para entender o real impacto das políticas comerciais e o alcance das projeções de crescimento.

Via Exame

Artigos colaborativos escritos por redatores e editores do portal Vitória Agora.