O projeto francês Lunar Hatch visa criar peixes na Lua para alimentar astronautas em futuras missões espaciais. Robalos serão criados em um sistema de aquicultura fechado e autossustentável, fornecendo proteínas, ômega-3 e vitaminas essenciais para a saúde dos astronautas. Desde 2016, o projeto testa as condições para transportar ovos de peixe fertilizados ao espaço.
Simulações com o foguete russo Soyuz, no Centro Espacial da Universidade de Montpellier, garantem que os embriões resistam às vibrações do lançamento. Testes mostram que os ovos sobrevivem sem prejuízos ao desenvolvimento, um avanço para criar peixes no ambiente lunar. A escolha do robalo se deve ao seu alto valor nutricional, com proteínas de fácil digestão.
Criar peixes na Lua: um sistema autossustentável
O Lunar Hatch prevê o consumo de robalos pelos astronautas até duas vezes por semana, atendendo a necessidades básicas em missões de longa duração. Liderado por Cyrille Przybyla, pesquisador em biologia marinha do Instituto Nacional Francês de Pesquisa Oceânica, o projeto propõe um sistema de aquicultura sem desperdício. A água do gelo lunar encherá os tanques dos peixes.
As fezes dos peixes serão tratadas por camarões e vermes. Os resíduos dos camarões alimentarão microalgas. Essas, por sua vez, alimentarão outros organismos filtradores. Um ciclo fechado garante a sustentabilidade do projeto. Przybyla explicou ao The Guardian que o objetivo é uma cadeia alimentar de circuito fechado. “Tudo será reciclado em um sistema autônomo por quatro ou cinco meses”, afirmou.
Criar peixes na Lua: desafios e próximos passos
Com apoio da Agência Espacial Europeia (ESA) e do Centre National D’Études Spatiales (CNES) desde 2018, o projeto busca criar peixes na Lua. O próximo passo são testes em uma missão espacial real, validando as simulações. A iniciativa enfrenta desafios como a falta de atmosfera, baixas temperaturas e radiação cósmica.
A adaptação dos peixes à gravidade lunar também precisa ser analisada. O projeto continua com apoio das agências espaciais. A pesquisa busca soluções inovadoras para a alimentação de astronautas em missões espaciais de longa duração. A ideia é garantir não só a sobrevivência, mas também a saúde e o bem-estar das tripulações no espaço.
Via Exame