Os resultados de uma recente pesquisa Datafolha revelam um aumento na parcela de brasileiros que minimizam os riscos associados às Mudanças climáticas no Brasil. O levantamento, divulgado em abril de 2025, indica que 9% dos entrevistados não consideram as mudanças climáticas um risco, um aumento significativo em relação aos 5% registrados em junho de 2024. Este crescimento sinaliza uma tendência de ceticismo em relação ao aquecimento global.
Apesar do aumento no número de céticos, a maioria dos brasileiros ainda reconhece a realidade das mudanças climáticas. De acordo com a pesquisa, 53% dos entrevistados acreditam que os perigos são imediatos, enquanto 35% preveem que os impactos afetarão as futuras gerações. No total, 88% da população percebe algum nível de risco, embora esse número seja menor do que os 94% registrados em junho de 2024.
O estudo do Datafolha ouviu 2.002 pessoas com 16 anos ou mais, em 113 municípios de todas as regiões do país, entre 8 e 11 de abril de 2025. A margem de erro é de dois pontos percentuais, com nível de confiança de 95%. A pesquisa também revela variações na percepção de risco entre diferentes regiões e grupos demográficos.
Nas regiões Sul e Sudeste, a preocupação com os riscos climáticos imediatos é maior, com 57% e 56% dos entrevistados, respectivamente, manifestando essa percepção. No Centro-Oeste e Norte, esse número diminui para 50%, e no Nordeste, é ainda menor, atingindo 49%. Moradores de regiões metropolitanas (59%) também se mostram mais preocupados do que os do interior (49%).
Especialistas apontam que o acesso à informação, a escolaridade e as experiências diretas com eventos climáticos extremos, como enchentes, queimadas e secas, são fatores que influenciam a percepção de risco. O conservadorismo, mais presente no interior, tem sido associado a uma crescente resistência à agenda climática, o que pode explicar a variação nos dados.
Apesar do aumento no ceticismo, a pesquisa Datafolha indica que a preocupação ambiental permanece predominante no Brasil. Analistas destacam que o dado mais relevante é a manutenção de uma ampla maioria que reconhece os impactos das mudanças climáticas, seja no presente ou no futuro.
A polarização em torno da agenda ambiental no Brasil também ocorre em um contexto internacional de incertezas. O possível retorno de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos tem gerado preocupações entre ambientalistas, o que pode influenciar a percepção pública sobre o tema e fortalecer correntes céticas no debate doméstico.
Via InfoMoney