Um estudo recente, realizado por Nikolaos Kargopoulos, bolsista de pós-doutorado na Universidade de Cape Town, e Julian Fennessy, professor-assistente do University College Dublin, trouxe novas informações sobre as Espécies de girafa na África. A pesquisa analisou mais de 500 crânios de girafas, revelando diferenças significativas em sua estrutura óssea e confirmando a existência de quatro espécies distintas.
As girafas, animais icônicos com pescoços longos e padrões únicos de pelagem, sempre fascinaram a humanidade. Porém, a diversidade genética entre elas era pouco compreendida. Estudos anteriores, baseados em análises de DNA, já indicavam a existência de quatro espécies. Essa nova pesquisa reforça essa classificação, usando uma abordagem inovadora: a análise morfológica de crânios.
O estudo utilizou um scanner 3D para capturar imagens tridimensionais dos crânios. Métodos morfométricos geométricos 3D foram então usados para comparar as formas e identificar diferenças. Pontos específicos nos crânios, chamados de pontos de referência, foram analisados. Sua localização espacial, em relação ao centro de massa do crânio, permitiu a comparação entre as diferentes populações.
As análises apontaram variações significativas na forma dos crânios, principalmente nos ossicones, estruturas semelhantes a chifres. A diferença mais clara foi observada no ossículo mediano dos machos, que varia em tamanho e forma dependendo da espécie. Na girafa do sul, este ossículo é pequeno, enquanto na girafa do norte, é grande e pontiagudo. As girafas Masai e reticulada apresentam ossículos intermediários.
Essas diferenças cranianas provavelmente influenciam o reconhecimento entre indivíduos da mesma espécie, com impactos no sucesso reprodutivo. Machos com ossículos maiores podem intimidar rivais, assegurando maior acesso a territórios e fêmeas. As quatro espécies identificadas são: girafa do sul (Giraffa giraffa), Masai (Giraffa tippelskirchi), reticulada (Giraffa reticulata) e girafa do norte (Giraffa camelopardalis).
A pesquisa corrobora estudos anteriores baseados em DNA, ecologia, comportamento e padrões de pelagem. A confirmação da existência de quatro Espécies de girafa na África, a partir da análise craniana, é crucial para esforços de conservação. A Giraffe Conservation Foundation (GCF) estima populações distintas para cada espécie, com algumas, como a girafa do norte, enfrentando risco de extinção. A IUCN, embora não seja uma autoridade taxonômica, ainda reconhece apenas uma espécie. É importante ressaltar que cada espécie requer atenção específica para garantir sua preservação. A proteção das girafas e seus habitats é fundamental.
