Rappi elimina taxas para restaurantes e investe R$ 1,4 bilhão no Brasil

Rappi anuncia isenção de taxas para restaurantes e investimento de R$ 1,4 bilhão no mercado brasileiro. Saiba mais.
05/05/2025 às 11:50 | Atualizado há 4 meses
Rappi zero taxas delivery
Ampliação de 30 mil para 100 mil restaurantes em 3 anos, impulsionando a plataforma. (Imagem/Reprodução: Exame)

Em um mercado de delivery dominado pelo iFood, o Rappi chega com uma estratégia disruptiva: Rappi zero taxas delivery. O aplicativo colombiano anunciou investimento de R$ 1,4 bilhão no Brasil, visando ampliar sua presença e conquistar restaurantes. A isenção de taxas, válida por três anos, promete aquecer a competição no setor.

O Rappi pretende zerar as taxas para restaurantes no modelo full service. Nesse formato, o aplicativo cuida de toda a logística, desde a intermediação do pedido até a entrega. O restaurante arca apenas com a taxa da maquininha de cartão, como em uma venda presencial. A mudança entra em vigor em 31 de julho.

Com o Rappi zero taxas delivery, a empresa busca atrair mais restaurantes e consumidores. Atualmente, o delivery de comida representa 20% das transações no app. A meta é alcançar 100 mil restaurantes na plataforma, um salto expressivo dos atuais 30 mil. A estratégia é usar o delivery de comida como porta de entrada para outros serviços do aplicativo.

O CEO do Rappi no Brasil, Felipe Criniti, destacou a transparência do novo modelo. Ele afirma que a empresa quer construir um sistema de delivery mais eficiente. Para garantir preços competitivos, o Rappi negocia com os restaurantes o valor final para o consumidor. A ideia é que, com a isenção de taxas, os restaurantes ofereçam os melhores preços em seus cardápios.

Além dos restaurantes, os entregadores também serão beneficiados. O Rappi promete um novo pacote de vantagens, ainda não detalhado. O modelo multivertical do aplicativo permite que um entregador atue em diferentes categorias, maximizando seus ganhos.

A ofensiva do Rappi acontece em um momento de mudanças no mercado de delivery. A 99 relançou seu serviço de entrega de comida, o 99Food, com taxa zero apenas no modelo marketplace. Nesse modelo, o restaurante contrata seu próprio entregador. Já o iFood, líder do setor com cerca de 120 milhões de pedidos mensais, mantém taxas entre 25% e 35%.

A estratégia do Rappi zero taxas delivery
se sustenta na diversificação de seus serviços. Diferente do iFood, que concentra sua receita no delivery de comida, o Rappi atua em outras áreas, como entregas de supermercado, farmácia e lojas de shopping. Essas verticais representam 80% do faturamento da empresa no Brasil.

A decisão do Cade, que proibiu contratos de exclusividade entre grandes redes de restaurantes e aplicativos de delivery, também impulsiona a concorrência. O Rappi pretende expandir sua atuação para 300 cidades brasileiras, aproveitando essa oportunidade. Atualmente, o aplicativo opera em 50 cidades.

Dos R$ 1,4 bilhão a serem investidos até 2028, 40% serão destinados à área de restaurantes, 22% ao serviço de entregas ultrarrápidas Turbo e o restante a marketing e operações. Criniti afirma que a estratégia está sendo planejada desde novembro de 2023, em parceria com a Abrasel e os próprios restaurantes. A expectativa é que a isenção de taxas e os investimentos impulsionem o crescimento do Rappi no mercado brasileiro de delivery. A empresa aposta na sinergia entre seus serviços para fidelizar clientes e ampliar sua participação no setor.

Via Exame

Artigos colaborativos escritos por redatores e editores do portal Vitória Agora.