Na Assembleia Legislativa do Espírito Santo (Ales), a Base aliada na Ales enfrentou uma situação delicada. A maioria na composição dos blocos que definem o comando das comissões permanentes estava ameaçada. Uma rápida ação foi necessária para garantir a vantagem do governo na escolha dos membros e presidentes dessas comissões.
As negociações políticas se intensificaram na noite de 11 de fevereiro e se estenderam pela madrugada até o início da sessão de 12 de fevereiro. A Base aliada na Ales conseguiu reverter uma estratégia da oposição, obtendo o apoio de dois terços dos deputados. Isso assegurou a tranquilidade na escolha dos membros das comissões.
Inicialmente, no começo da legislatura em 2023, dois blocos foram formados após a eleição da Mesa Diretora. O bloco governista, liderado pelo deputado Dary Pagung (PSB), e o bloco de oposição, composto por PL, PRD e Republicanos, liderado pelo deputado Coronel Weliton (PRD).
Após a formação das comissões em 2023, alguns partidos, como PP e PSD, deixaram o bloco governista. Com a eleição de uma nova Mesa Diretora em 2025, novas articulações se fizeram necessárias. O bloco com mais deputados tem maior influência na composição das comissões e na escolha de seus presidentes.
É vantajoso para qualquer governo ter aliados liderando comissões importantes, como Justiça e Finanças. Isso facilita a aprovação de projetos governamentais. Até a tarde do dia 11, a diferença entre os blocos era mínima: 11 deputados no bloco governista e 10 na oposição. PP, PSD, PSOL, PT e Rede ainda não haviam se definido.
A oposição conseguiu atrair o deputado Fábio Duarte (Rede), recém-empossado após decisão do TRE-ES. Ele comunicou sua entrada no bloco oposicionista por meio de um ofício (Ofício 02/2025). Essa adesão foi um alerta para a Base aliada na Ales, pois criaria um empate entre os blocos. Fábio Duarte assumiu seu mandato após o TRE-ES retotalizar os votos da eleição de 2022, anulando votos do PMB. Essa decisão alterou a composição da Ales, com o Podemos perdendo uma vaga, que foi para a Rede.
A entrada de Fábio Duarte no bloco oposicionista gerou surpresa e preocupação na base governista. Nos bastidores, cogitava-se que Fábio desejava presidir a Comissão de Saúde, cargo já prometido a Bruno Resende no bloco governista. A oposição teria oferecido essa presidência a Fábio para atraí-lo.
Porém, antes da sessão, o líder do bloco governista, Dary Pagung, convenceu Fábio a retirar seu nome do bloco oposicionista. Fábio solicitou à Mesa Diretora a retirada do ofício, e o item foi removido do expediente. Questionado, Fábio confirmou a mudança, sem dar maiores detalhes. Deputados da base alegam que a decisão de Fábio teria sido motivada por “ingenuidade”.
A base governista não se deteve na situação de Fábio Duarte. Os deputados Fabrício Gandini (PSD), Raquel Lessa (PP), Camila Valadão (PSOL) e João Coser (PT) aderiram ao bloco governista, elevando o número de deputados para 19. O líder do governo, Vandinho Leite, celebrou a adesão dos novos partidos.
A formação das comissões está prevista para a próxima semana. Há discussões sobre a redução do número de membros nas comissões de Saúde e Segurança, mas ainda sem consenso. A Base aliada na Ales agora conta com uma folgada maioria para a formação dessas comissões.
Via Folha Vitória