O derretimento de geleiras no Nepal atingiu um ponto crítico, simbolizado por um enterro cerimonial da geleira Yala, localizada na região de Langtang. A geleira, que perdeu 66% de sua massa desde os anos 1970, é um claro indicativo dos impactos do aquecimento global no Himalaia, e pode ser uma das primeiras geleiras nepalesas a ser declarada “morta”.
Mais de 50 pessoas, incluindo monges budistas, moradores locais e especialistas de países como Nepal, Índia, China e Butão, participaram do ritual. Foram colocadas duas placas de granito no sopé da geleira, com mensagens sobre a importância da Yala e um alerta sobre a perda de geleiras na cordilheira do Himalaia Hindu Kush.
A geleira Yala, monitorada anualmente há mais de dez anos, permite uma compreensão precisa do derretimento, que supera as piores previsões. O desaparecimento da Yala reflete o que está acontecendo em montanhas ao redor do mundo, com a deglaciação ocorrendo em ritmo alarmante. Especialistas alertam que, sem ações urgentes, as consequências serão mais graves que as crises globais atuais.
O derretimento da geleira Yala tem impactos diretos na região. O solo rochoso exposto reflete menos luz solar, aumentando o aquecimento. A diminuição da cobertura de gelo compromete o abastecimento de água para comunidades e ecossistemas, ampliando riscos ambientais e sociais.
Este fenômeno não é exclusivo do Nepal, afetando a maioria das cerca de 54 mil geleiras do Himalaia Hindu Kush. A cerimônia fúnebre foi organizada pelo Centro Internacional para o Desenvolvimento Integrado das Montanhas (ICIMOD), em parceria com autoridades locais, incluindo o Município Rural de Gosaikunda.
Via Exame
