Pesquisa revela como o microbioma genital é compartilhado durante o sexo, mesmo com preservativos

Microbioma genital no sexo: estudo revela troca de micróbios mesmo com preservativo. Descubra como essa descoberta impacta a ciência forense e saiba mais!
12/02/2025 às 21:04 | Atualizado há 5 meses
Microbioma genital no sexo
Microbioma genital no sexo

Um estudo recente da Universidade Murdoch, na Austrália, revelou um achado intrigante sobre o microbioma genital no sexo. Pesquisadores descobriram que parceiros sexuais trocam componentes de seus microbiomas genitais, mesmo com o uso de preservativos. Essa descoberta, publicada na revista científica iScience, tem implicações significativas para a ciência forense.

O estudo envolveu doze casais heterossexuais monogâmicos. Amostras foram coletadas antes e depois do ato sexual. A análise revelou que, antes da relação, cada indivíduo apresentava um microbioma único. Após a penetração, porém, houve uma transferência mútua de micróbios entre os parceiros.

Mesmo em três casais que usaram preservativos, a troca de microbiomas ocorreu. A camisinha, apesar disso, influenciou a quantidade e o tipo de micróbios transferidos. Os cientistas descrevem essa transferência como um “sexoma“, uma espécie de impressão digital microbiana.

A possibilidade de identificar essa “impressão digital” por meio de testes laboratoriais simples é promissora. Similarmente às investigações com impressões digitais, um banco de dados de sexomas seria crucial para a identificação de indivíduos.

A aplicação forense dessa descoberta é o foco principal. Atualmente, a detecção de espermatozoides em amostras vaginais é o método padrão nas investigações de agressão sexual. Entretanto, a eficácia desse método diminui significativamente após 48 horas.

Com a análise do sexoma, a janela de tempo para identificação de agressores pode aumentar. Os pesquisadores planejam, em estudos futuros, determinar o tempo que o sexoma permanece detectável após o ato sexual.

Fatores como o ciclo menstrual da mulher podem influenciar a composição do microbioma genital e, consequentemente, os resultados das análises. A presença de pelos pubianos ou a circuncisão masculina, contudo, não afetaram os resultados.

A higiene pessoal após a relação sexual, principalmente no homem, pode interferir na detecção do sexoma. Para tornar o método mais preciso e confiável, estudos com mais participantes, inclusive casais homossexuais, são necessários.

Via Superinteressante

Artigos colaborativos escritos por redatores e editores do portal Vitória Agora.