A presidência da COP30 anunciou nesta quarta-feira (14) a nomeação de 30 enviados especiais COP30, uma estratégia inédita para ampliar o diálogo entre diferentes setores da sociedade e regiões do mundo. A iniciativa segue o conceito de “mutirão global pelo clima”, proposto pelo embaixador André Corrêa do Lago, presidente da conferência.
Os enviados especiais COP30 atuarão como facilitadores entre setores específicos e regiões geográficas, promovendo o fluxo de informações. O grupo é dividido em dois: 10 representantes para regiões estratégicas (sendo oito estrangeiros e dois brasileiros) e 20 para setores-chave (todos brasileiros). A distribuição por gênero é equilibrada, com 10 homens e 10 mulheres no grupo setorial.
Entre os nomes internacionais destacam-se Jacinda Ardern, ex-primeira-ministra da Nova Zelândia (Oceania), Laurence Tubiana, arquiteta do Acordo de Paris (Europa), e Xie Zhenhua, diplomata chinês (Leste Asiático). Patricia Espinosa, ex-chefe da UNFCCC, representará a América Latina. Dois brasileiros compõem o grupo regional: Denis Minev (setor privado) e Joaquim Belo (sociedade civil).
No grupo setorial, figuram personalidades como Sinéia do Vale, líder indígena Wapichana (povos tradicionais), Jurema Werneck, da Anistia Internacional (igualdade racial), e Elbia Gannoum, da ABEEólica (energia). Marcelo Behar, do WBCSD, foi designado para bioeconomia.
A estratégia faz parte dos preparativos para a COP30, que ocorrerá em Belém (PA) entre 10 e 21 de novembro de 2025, coincidindo com o global stocktake – avaliação dos compromissos climáticos dos países. Dan Ioschpe foi nomeado Climate Champion do Brasil, responsável por articular diálogos entre diferentes atores.
João Paulo Capobianco, secretário-executivo do MMA, destacou a importância da “diplomacia das NDCs” (Contribuições Nacionalmente Determinadas), onde países devem apresentar novos compromissos climáticos mais ambiciosos. A lista completa dos enviados especiais COP30 está disponível no site oficial da conferência.
Via Exame