Continente que mais aquece no planeta tem 70% das cidades sem adaptação adequada

Estudo revela que 7 em cada 10 cidades no continente mais quente do planeta não estão preparadas para as mudanças climáticas.
19/05/2025 às 08:54 | Atualizado há 2 meses
Adaptação climática na Europa
Europa aquece mais rápido, mas políticas ainda falham. (Imagem/Reprodução: Exame)

Um estudo recente publicado na revista Nature Climate Change revela que mais de 70% das cidades europeias falham em implementar estratégias eficientes de adaptação climática na Europa. A pesquisa, conduzida por um consórcio internacional, analisou 327 centros urbanos e identificou lacunas entre diagnósticos de risco e ações concretas. Desde 2000, o continente aquece duas vezes mais rápido que outras regiões, mas quase metade das localidades ainda não possui planos formais para enfrentar esses desafios.

Dados da Agência Europeia de Meio Ambiente mostram que, embora 81 planos municipais reconheçam o aumento de tempestades e ventos extremos, apenas 28% estabeleceram metas claras para reduzir os impactos. Populações vulneráveis, como idosos e minorias étnicas, são as mais afetadas. Apenas 43% dos planos incluíam medidas específicas para protegê-las, e só 4% monitoravam seus resultados.

As eleições europeias de 2024 refletiram uma mudança nas prioridades políticas, com menos ênfase em ações climáticas. Pesquisas do Eurobarômetro indicam que a segurança econômica e tensões geopolíticas superam a agenda ambiental. No entanto, o estudo sugere que a preocupação com a adaptação climática na Europa ainda existe, mas há desconfiança na capacidade governamental de implementar soluções.

O relatório do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) alerta para uma lacuna financeira global entre US$ 187 e US$ 359 bilhões anuais em adaptação. Mesmo com aumento no financiamento, os valores atuais cobrem apenas 5% do necessário. O documento destaca a necessidade de vincular estratégias adaptativas a melhorias na qualidade de vida, especialmente para grupos economicamente vulneráveis.

Especialistas defendem uma transição de projetos isolados para abordagens estruturais, com monitoramento constante e foco nas comunidades mais expostas. Sem ações imediatas, os riscos climáticos tendem a aumentar, principalmente para quem tem menos recursos.

Via Exame

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