2024 bate recorde de perda de florestas tropicais por incêndios, segundo WRI

2024 registra maior perda de florestas tropicais devido a incêndios. Entenda os impactos ambientais e as causas.
21/05/2025 às 07:55 | Atualizado há 4 meses
Desmatamento da Amazônia 2024
Brasil lidera perda global de florestas com 6,7 milhões de hectares em 2023. (Imagem/Reprodução: Exame)

O ano de 2024 registrou um aumento alarmante na destruição de florestas tropicais primárias, principalmente devido a incêndios florestais em larga escala. Dados do Global Forest Watch (GFW), do World Resources Institute (WRI), revelam um aumento de 80% em relação ao ano anterior, totalizando 6,7 milhões de hectares perdidos, uma área equivalente ao tamanho do Panamá. Essa devastação coloca em risco as metas de desmatamento zero até 2030, estabelecidas na declaração de Glasgow na COP26.

As florestas primárias, ecossistemas intocados com alta biodiversidade, desempenham um papel crucial na mitigação das mudanças climáticas, capturando cerca de 30% do carbono da atmosfera. Em 2024, os incêndios se tornaram a principal causa da perda florestal, representando quase 50% do problema, um aumento significativo em relação aos 20% dos anos anteriores. As intensas temporadas de incêndios no Canadá e na Rússia também contribuíram para o aumento da perda de cobertura florestal.

O Brasil lidera o ranking de Desmatamento da Amazônia 2024, respondendo por 42% da perda de floresta primária tropical. Foram 2,8 milhões de hectares devastados, sendo 1,8 milhão por incêndios, que registraram um aumento de 46%. A agricultura em larga escala de soja e gado também contribuiu para o aumento da perda florestal. Mariana Oliveira, do WRI, ressalta que, apesar dos progressos no governo Lula, a ameaça às florestas persiste sem investimentos contínuos na prevenção de incêndios e fiscalização.

A Bolívia ocupa o segundo lugar no ranking, com um aumento de 200% na perda florestal, totalizando 1,5 milhão de hectares, impulsionada por incêndios ligados ao desmatamento para produção de soja, gado e cana-de-açúcar. Na África, a República Democrática do Congo (RDC) e a República do Congo (ROC) registraram os maiores níveis de perda de floresta primária já vistos. Em contraste, a Indonésia reduziu a perda de floresta primária em 11%, devido aos esforços de restauração de terras e combate a incêndios.

As consequências da perda florestal recorde são devastadoras para o planeta, com os incêndios emitindo 4,1 gigatoneladas de gases de efeito estufa, além de impactos na qualidade do ar e ameaças à vida de milhões de pessoas. Rod Taylor, do WRI, enfatiza que a situação não é irreversível e depende da ação de governos, empresas e indivíduos. A perda da **Amazônia** também afeta comunidades ribeirinhas que dependem dos recursos naturais da floresta para sua sobrevivência.

Via Exame

Artigos colaborativos escritos por redatores e editores do portal Vitória Agora.