A Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA) planeja acabar com os limites que regulamentam as emissões de gases EUA nas usinas termelétricas movidas a carvão e gás. Essa iniciativa é parte da nova abordagem do governo Trump, que visa reverter regulamentações ambientais estabelecidas durante a administração Biden, segundo informações do The Washington Post.
Fundada em 1970, a EPA é responsável por garantir a proteção ambiental e a saúde pública nos Estados Unidos por meio do controle de poluentes e da verificação de normas ambientais. O novo plano tem como objetivo revogar os regulamentos implementados no último ano de Biden, que buscavam restringir as emissões prejudiciais, contribuindo assim para o aquecimento global e as mudanças climáticas.
A decisão é influenciada por uma decisão da Suprema Corte dos EUA em 2022, que limitou a capacidade da EPA de fechar usinas de carvão e promover a transição para fontes de energia renováveis. O administrador da EPA, Lee Zeldin, defende que essa mudança é necessária para garantir a oferta de energia “confiável e acessível”.
Atualmente, o plano para a eliminação dos limites nas emissões de gases EUA está em revisão na Casa Branca desde maio e argumenta que as emissões das usinas representam uma parte diminuta e em declínio das emissões globais, com um impacto reduzido na saúde pública. Dados mostram que, em 2022, as usinas foram responsáveis por aproximadamente 25% das emissões totais no país.
A proposta faz parte de um esforço mais amplo para desmantelar regulamentos ambientais da era Biden, que também afetam as diretrizes para veículos elétricos e a proteção de recursos hídricos. Essa reversão nas normas causou uma onda de críticas entre especialistas que observam que as usinas de carvão e gás são as principais fontes estacionárias de gases de efeito estufa nos EUA. Eles alertam que o controle dessas emissões é vital para que o país alcance suas metas climáticas.
Por outro lado, grupos advogados por mudanças regulatórias, incluindo organizações do setor energético, acreditam que a relaxação das regras é uma boa ideia para reduzir custos e evitar aumentos de preços, garantindo segurança no fornecimento de energia. Myron Ebell, ex-líder da equipe de transição da EPA durante o governo Trump, qualificou as regulamentações anteriores como prejudiciais para a economia.
Ademais, a situação está cercada de disputas jurídicas, com estados republicanos e empresas tentando bloquear as novas regras, alegando possíveis riscos à estabilidade da rede elétrica. A administração Biden, por outro lado, defende que as regulamentações são essenciais para evitar esses problemas.
Essa decisão impacta os esforços dos EUA em cumprir compromissos climáticos globais, colocando em choque as políticas de curto prazo focadas na economia e as estratégias de longo prazo voltadas à sustentabilidade ambiental.
Via Exame