Aos 30 anos, Lucy Guo se destacou ao se tornar a bilionária mais jovem do mundo a alcançar essa marca sem herança familiar. Cofundadora da Scale AI, empresa avaliada em US$ 25 bilhões, Lucy decidiu deixar suas funções na companhia em 2018, mas manteve uma participação considerável que hoje vale cerca de US$ 1,2 bilhão. Nascida na Califórnia e com raízes chinesas, Guo começou sua trajetória na programação ainda na infância.
Com apenas 21 anos, Lucy abandonou a faculdade para integrar a Thiel Fellowship, um programa projetado para incentivar jovens a desenvolverem suas próprias startups. Foi nesse ambiente que ela iniciou sua carreira no campo da inteligência artificial, culminando na fundação da Scale AI ao lado de Alexandr Wang em 2016. Dois anos após a criação, Guo saiu da empresa devido a divergências internas, mas, mesmo assim, se tornou a única mulher bilionária com menos de 40 anos que construiu sua riqueza fora do comando ativo da empresa.
Após sua saída da Scale AI, Lucy Guo se dedicou ao desenvolvimento da Passes, uma plataforma que facilita a comunicação entre criadores de conteúdo e seus seguidores, utilizando mensagens diretas, transmissões ao vivo e posts exclusivos. Esta plataforma já conquistou apoiadores como o ex-atleta Shaquille O’Neal e a influenciadora Livvy Dunne. Lucy comentou, em um evento recente, sobre o quanto é surpreendente ver o crescimento da iniciativa que começou como uma ideia aos 21 anos.
Lucy mantém uma rotina intensa e, ao contrário de muitos bilionários, evita luxos. Atualmente, vive em West Hollywood, junto a dois colaboradores da Passes — um diretor de tecnologia e um engenheiro. Ela também participa de treinos no Barry’s Bootcamp até quatro vezes por dia, onde consegue conciliar exercício físico e trabalho. Em uma recente entrevista ao The Cut, ela revelou nunca ter tirado um dia de folga: “Nos fins de semana, estou no computador ou no telefone”, afirma, acrescentando que os treinos se tornaram seus momentos de meditação.
Sobre sua filosofia profissional, Guo critica a tendência de buscar a perfeição em produtos antes do lançamento. “Lance rápido, veja se há mercado, depois evolua”, destaca. Ao perceber que uma ferramenta poderia potencialmente aumentar as receitas de seus usuários, ela mobiliza sua equipe para a entrega rápida do produto.
Além de seu trabalho na Passes, Lucy também criou o fundo Backend Capital e já investiu em outras startups como Ramp, Fabric e Pave, todas elas atualmente avaliadas em bilhões de dólares. Ela destaca um grande aprendizado de sua trajetória: a importância do networking. Uma de suas maiores falhas no início da carreira foi evitar eventos desse tipo. “Você só percebe o valor disso quando se torna mais difícil fazer conexões”, alerta.
Apesar dos desafios enfrentados — incluindo uma recente ação coletiva que alega o uso indevido de conteúdo envolvendo menores, que a empresa nega — Lucy permanece focada em continuar seus aprendizados e inovações. “Ainda não sinto que ‘cheguei lá’. Só quero continuar construindo coisas novas”, conclui.
Via Exame