A Acelen, sob a gestão do fundo Mubadala Capital dos Emirados Árabes Unidos, anuncia um novo ciclo de Investimento na Refinaria de Mataripe. Com um montante previsto de R$ 340 milhões para este ano, a iniciativa visa aprimorar a manutenção e modernização das instalações, conforme declarações do CEO Luiz de Mendonça.
Este aporte soma-se aos R$ 3 bilhões já investidos nos últimos três anos. Tais Investimentos na Refinaria impulsionaram a unidade a alcançar um recorde de processamento de 273 mil barris de petróleo por dia (bpd) no primeiro trimestre deste ano.
O volume de produção atual representa um aumento de 33% em relação à média de 205 mil bpd registrada em 2021, quando a refinaria foi adquirida da Petrobras. Segundo o executivo, a refinaria se tornou “mais segura e muito mais eficiente”.
Embora a capacidade original da unidade, desde a aquisição pelo Mubadala Capital, fosse superior a 300 mil bpd, Mendonça ressaltou que não era possível atingir tal patamar anteriormente. A expectativa é que a Refinaria de Mataripe aumente em 20% sua capacidade de produção de diesel até o início de 2026, em comparação com o período anterior à gestão da Acelen. Até o momento, a gestão da Acelen já elevou a produtividade de diesel em 14%.
A Refinaria de Mataripe, pioneira no Brasil com início das operações em 1950, foi adquirida pelo Mubadala por US$ 1,65 bilhão. Atualmente, ocupa a posição de segunda maior refinaria do país, representando 14% da capacidade total.
A Acelen Renováveis também tem planos para construir uma biorrefinaria na Bahia. Mendonça informou que a engenharia básica da planta foi finalizada e que a empresa está trabalhando na estruturação financeira do projeto, incluindo dívida e equity.
A Acelen Renováveis, também pertencente ao Mubadala e presidida por Mendonça, planeja investir US$ 3 bilhões em sua primeira planta de biorrefino, que será localizada ao lado da Refinaria de Mataripe, mas operará de forma independente, com capacidade para produzir 1 bilhão de litros de biocombustíveis por ano.
A empresa planeja iniciar a produção de SAF e diesel renovável a partir de 2027, utilizando óleo vegetal e gordura animal não comestível. A partir de 2030, a previsão é começar a produzir combustíveis utilizando óleo de macaúba, considerado até 10 vezes mais produtivo por hectare plantado em comparação com a soja.
Dentro desse plano, a empresa planeja cultivar 180 mil hectares de macaúba na Bahia e em Minas Gerais, convertendo pastagens degradadas em florestas produtivas. Vinte por cento das plantações do projeto serão realizadas em parceria com a agricultura familiar e pequenos produtores.
A Acelen já iniciou o plantio de macaúba com a implantação da primeira fazenda-modelo na cidade de Cachoeira, no Recôncavo Baiano. A empresa também planeja inaugurar nos próximos meses o Centro de Inovação Tecnológica Agroindustrial (Acelen Agripark), que está sendo construído em Montes Claros (MG).
Mendonça não comentou sobre a estratégia do grupo em relação a potenciais novos sócios, uma vez que a decisão caberá ao Mubadala. No entanto, ele mencionou que há muitos interessados em participar do projeto e que pode ser necessário selecionar parceiros que agreguem valor ao negócio. As iniciativas da Acelen e seus Investimentos na Refinaria de Mataripe visam otimizar a produção e promover práticas sustentáveis.
Via InvestNews