Andrew Reiskind, profissional atuante no segmento de dados há quase duas décadas, atualmente é Chief Data Officer global da Mastercard. Ele recorda que, no início de sua carreira, a qualidade e a disponibilidade dos dados eram limitadas, e as tecnologias eram rudimentares. Entretanto, com o passar do tempo, as expectativas em relação aos dados aumentaram, assim como a capacidade de extrair insights relevantes. A Mastercard investiu em ferramentas inovadoras, como inteligência artificial generativa e bancos de dados gráficos, que estavam fora de cogitação no início de sua trajetória.
A evolução na utilização de dados é particularmente notável no Brasil, onde Reiskind percebeu um mercado de usuários e consumidores altamente sofisticados. Esse cenário propicia um diálogo mais exigente e gera soluções personalizadas, necessárias para atender à demanda do mercado. Marcelo Tangioni, CEO da Mastercard Brasil, reforça a importância do esforço contínuo para que haja crescimento, destacando a relevância do país no contexto global.
O Brasil se destaca como um dos mercados mais relevantes na transformação digital, principalmente pela sua escala. Em 2024, o país registrou aproximadamente 125 milhões de pagamentos diários utilizando cartões, movimentando cerca de R$ 4,1 trilhões. Essa dinâmica demonstra a capacidade do Brasil de adotar inovações, principalmente em relação a dados e inteligência artificial. A digitalização das transações comerciais no país é ampla, com 85% já sendo realizadas de forma eletrônica. A Mastercard, por sua vez, é líder no mercado, detendo cerca de 52% do volume transacionado e uma participação de 59,5% no segmento de crédito, além de forte presença em débito e pré-pagos.
No que diz respeito a pagamentos por aproximação, o Brasil já possui 70% das transações realizadas com a Mastercard via tecnologia NFC. No primeiro trimestre de 2025, foram contabilizadas 6,5 bilhões de operações, o que representa em torno de 3 milhões de pagamentos por hora. O ecossistema de fintechs no Brasil é um dos mais ativos da América Latina, com mais de 100 startups parceiras que contribuíram para a emissão de mais de 100 milhões de cartões digitais, ampliando, assim, a gama e o volume de dados disponíveis para a Mastercard.
A operação da Mastercard no Brasil conta com aproximadamente 250 profissionais especializados em dados e serviços. Conforme as previsões para 2025, a empresa espera que cerca de 50% da receita líquida no Brasil seja gerada por serviços adicionais como analytics, antifraude e consultoria, superando a média global. Em resumo, o Brasil não é apenas um mercado consumidor, mas um parceiro estratégico para o futuro dos pagamentos digitais, com um potencial significativo que pode moldar a evolução dos Dados Mastercard Brasil.
Via Exame