A americana Misti Leon deu entrada em uma ação judicial contra sete grandes empresas de petróleo e gás, incluindo gigantes como Exxon Mobil, Chevron e Shell. A acusação central é que essas empresas são responsáveis pela morte de sua mãe, Juliana Leon, durante a severa onda de calor que assolou os EUA em junho de 2021. As informações são do The New York Times.
Juliana Leon faleceu devido à hipertermia, atingindo uma temperatura corporal interna de 43ºC, após ser surpreendida por uma intensa “bolha de calor”. A ação judicial, apresentada no tribunal estadual de Washington, marca um momento importante. É o primeiro caso nos Estados Unidos a ligar diretamente uma morte por onda de calor às emissões de gases de efeito estufa produzidas por empresas de combustíveis fósseis.
O processo movido por Misti Leon acusa as empresas de negligência por não alertarem o público sobre os perigos das mudanças climáticas. Além disso, alega que as companhias financiaram campanhas de desinformação para desacreditar o consenso científico sobre o aquecimento global. A advogada de Misti Leon argumenta que há uma clara ligação entre as emissões das petroleiras e a fatalidade ocorrida com Juliana Leon.
Especialistas consultados pelo New York Times indicam que a “bolha de calor” de 2021 seria praticamente impossível sem a influência humana no clima. As estimativas apontam para cerca de 600 mortes adicionais em Oregon e Washington durante esse período, sublinhando o impacto do aquecimento global. Embora a ação seja de natureza civil, ela se baseia em estudos que sugerem a possibilidade de responsabilização criminal de empresas por eventos climáticos extremos.
O caso traz à tona o debate sobre a responsabilidade corporativa em relação às mudanças climáticas e seus efeitos devastadores. A morte por onda de calor de Juliana Leon pode abrir um precedente para futuras ações legais contra empresas do setor de combustíveis fósseis. A decisão do tribunal de Washington poderá influenciar a forma como as empresas de energia são responsabilizadas pelos impactos ambientais de suas operações.
A repercussão desse caso pode levar a mudanças significativas nas políticas corporativas e na regulamentação do setor de energia. A necessidade de alertar o público sobre os riscos das mudanças climáticas e de combater a desinformação se torna ainda mais evidente. A ação movida por Misti Leon representa um passo importante na busca por justiça climática e na responsabilização das empresas que contribuem para o aquecimento global.
Via InfoMoney