PIB cresce no 2º trimestre, mas desaceleração é esperada

O PIB deve continuar em alta no 2º trimestre, mas especialistas preveem desaceleração. Entenda as implicações da mudança econômica.
30/05/2025 às 11:17 | Atualizado há 2 meses
PIB do primeiro trimestre
Crescimento de 1,4% na economia brasileira, mas desaceleração à vista no 2º semestre. (Imagem/Reprodução: Infomoney)

O **PIB do primeiro trimestre** de 2024 apresentou um crescimento de 1,4%, impulsionado principalmente pelo setor agropecuário e pela demanda interna. Esse resultado, divulgado pelo IBGE, indica que a economia brasileira continua em ritmo de expansão, com expectativas de que o segundo trimestre também registre números positivos. Economistas, no entanto, preveem uma desaceleração a partir do segundo semestre.

O mercado de trabalho aquecido, com níveis de emprego elevados e aumento da massa salarial, tem sido um dos principais fatores de sustentação desse crescimento. A demanda interna se mantém forte, refletindo condições favoráveis de emprego, renda e crédito disponíveis para a população.

O desempenho positivo do **PIB do primeiro trimestre** foi influenciado pelo avanço em 9 dos 12 setores analisados. Destaque para a agricultura e pecuária, que apresentaram um crescimento de 12,2%. Os serviços também contribuíram, com um aumento de 0,3%, impulsionados pelos setores de informação e comunicação, atividades imobiliárias e outros serviços.

A resiliência da economia brasileira, mesmo diante de altas taxas de juros, está relacionada à postura fiscal do governo. O estímulo à demanda e ao consumo tem mantido o mercado de trabalho aquecido, impulsionando o crescimento econômico, apesar das restrições impostas pelas taxas de juros elevadas.

Para alguns analistas, o resultado do **PIB do primeiro trimestre** é positivo, mas ainda exige cautela. O crescimento impulsionado pelos setores de serviços e agropecuária, enquanto a indústria permanece em um ritmo mais lento, gera preocupações sobre a sustentabilidade desse crescimento a longo prazo.

Economistas como Igor Cadilhac, do PicPay, acreditam que a resiliência observada no primeiro trimestre enfrentará desafios como inflação persistente, juros elevados e condições financeiras mais restritivas. A desaceleração econômica, embora inevitável, é necessária para corrigir os desequilíbrios atuais.

Rafaela Vitoria, economista-chefe do Inter, ressalta que o desempenho do setor agropecuário deve continuar a contribuir para o crescimento no segundo trimestre. No entanto, a tendência de desaceleração da demanda, tanto nos investimentos quanto no consumo das famílias, deve se manter.

Para sustentar o crescimento nos próximos trimestres, é fundamental investir em tecnologia, qualificação profissional e inovação nos modelos de negócios. Um ambiente de negócios mais competitivo e preparado para os desafios de médio e longo prazo é essencial para garantir a continuidade do crescimento econômico.

O consumo das famílias apresentou um crescimento significativo de 1% no primeiro trimestre, impulsionado pelo mercado de trabalho aquecido e pelo aumento da renda disponível. No entanto, a análise da variação anual indica uma tendência de desaceleração desse indicador.

Claudia Moreno, economista do C6 Bank, destaca o desempenho do consumo das famílias e da formação bruta de capital fixo, que cresceram 1% e 3,1%, respectivamente. O mercado de trabalho aquecido tem sido um fator importante para manter a atividade econômica resiliente.

Na análise setorial, a indústria apresentou uma queda de 0,1%, enquanto os serviços cresceram 0,8%. Esses setores permanecem em patamares mais estáveis, indicando uma tendência que deve continuar nos próximos trimestres.

Em relação às projeções para 2025, a XP estima um crescimento do **PIB** de 2,3%, com viés para cima. Cadilhac projeta uma desaceleração moderada ao longo do ano, com um crescimento estimado de 2,2%, impulsionado pelo agronegócio e pela indústria extrativa.

Moreno, do C6, projeta uma expansão de 2% da atividade econômica, representando uma desaceleração em relação a 2024. Vitória, do Inter, também estima que o PIB deve desacelerar para próximo de 2% até o final do ano.

É importante lembrar que estimular uma economia que cresce acima do seu potencial não é sustentável a longo prazo. O investimento no primeiro trimestre, impulsionado pela importação de plataformas de petróleo, pode não se repetir nos próximos trimestres devido às altas taxas de juros e às incertezas tributárias.

Via InfoMoney

Artigos colaborativos escritos por redatores e editores do portal Vitória Agora.