Astronauta espanhol apresenta projeto para satélites no Brasil

Descubra o inovador plano de um astronauta espanhol para lançar satélites no Brasil, com investimento bilionário.
04/06/2025 às 10:20 | Atualizado há 3 dias
Internet via satélite no Brasil
Astronauta espanhol revela plano bilionário para lançar satélites no Brasil. (Imagem/Reprodução: Exame)

Não é ficção científica: o Brasil está atraindo a atenção de uma das principais operadoras de satélites da Europa, a Hispasat. Sob a liderança de Pedro Duque, ex-astronauta e presidente do conselho da empresa, um novo projeto visa expandir a presença da Hispasat no país, com investimentos que podem chegar a 400 milhões de euros, cerca de 2,5 bilhões de reais. Esta iniciativa foi discutida durante o South Summit Madrid 2025, uma conferência focada em inovação que ocorre até 6 de junho em Madrid.

Duque defende que a conexão à internet deve ser considerada um direito fundamental. Para ele, “sem conexão, não há inovação”. Seu argumento destaca a importância da Internet via satélite no Brasil para impulsionar progressos em áreas como educação e saúde. A Hispasat não é nova no cenário brasileiro; a empresa possui uma subsidiária, a Hispamar, estabelecida desde 2003, e já controla satélites operando sob bandeira brasileira.

O planejamento atual inclui a construção de um novo satélite, que será mais acessível financeiramente e terá capacidade até dez vezes maior. A proposta visa combater a exclusão digital no Brasil, oferecendo uma solução abrangente de conectividade. O último satélite da Hispamar, o Amazonas Nexus, foi lançado em 2023, com um investimento inicial de 500 milhões de euros.

Além disso, a Hispasat possui um histórico que a credencia na região. Seus satélites não apenas atendem a aplicações de televisão, mas também oferecem internet em voos comerciais. Duque menciona que muitas conexões em voos cruzando o Atlântico vêm de satélites geridos no Brasil.

Com a crescente demanda por conectividade de alta velocidade, a Hispasat planeja focar em fornecer internet para áreas remotas e serviços públicos. O governo brasileiro já avançou em um programa para conectar 140.000 escolas que ainda não têm acesso à internet. O projeto da Hispasat almeja ser parte dessa tarefa vital.

A Hispasat, que agora integra a estatal espanhola Indra, está posicionada para contribuir significativamente para a estratégia de telecomunicações da União Europeia na América Latina. A proposta inclui colaborar com países vizinhos para criar um modelo de satélites compartilhados, ou “condosat”, que vai distribuir custos e otimizar a operação.

Apesar de suas ambições, Duque reconhece a necessidade de convencer os governos de que o acesso à internet é tão essencial quanto água e eletricidade. Essa mudança de percepção é um dos maiores desafios enfrentados pela Hispasat no futuro.

Via Exame

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