A História da Netflix é marcada por uma reviravolta surpreendente. Marc Randolph, cofundador da gigante do streaming, compartilhou no South Summit Madri os desafios iniciais da empresa, incluindo a famosa reunião em que a Blockbuster rejeitou uma proposta de fusão. Essa recusa, vista na época como um revés, pavimentou o caminho para a Netflix se tornar o império de US$ 420 bilhões que conhecemos hoje.
No início, a Netflix operava com um modelo de DVDs enviados pelo correio, acumulando perdas significativas. A solução encontrada por Randolph e Reed Hastings foi ousada: propor uma fusão com a Blockbuster, então líder de mercado com milhares de lojas e grande número de funcionários. A proposta, no entanto, foi recebida com descrédito.
Diante da recusa, a Netflix precisou se reinventar. A equipe implementou cortes de pessoal e salários, focando em um modelo de negócios viável. A virada veio com o sistema de assinatura, que eliminou prazos de devolução e multas, atraindo um público fiel e marcando o início de um crescimento notável.
Randolph enfatiza que o sucesso da Netflix não se deveu à tecnologia, mas à cultura empresarial. Desde o início, a empresa adotou uma política de regras mínimas, confiando no bom senso de seus colaboradores e priorizando o acesso à informação para tomadas de decisão. A honestidade e a transparência também foram valores cruciais.
A História da Netflix também ensina sobre a importância de testar ideias rapidamente. No começo, cada nova funcionalidade levava semanas para ser implementada, gerando desperdício de tempo e recursos. A empresa aprendeu a validar suas apostas de forma ágil, descobrindo que os clientes respondem mesmo a testes imperfeitos, desde que a ideia seja boa.
Quanto à captação de investimentos, Randolph aconselha buscar capital apenas quando houver uma necessidade urgente de velocidade ou uma real disposição para ceder o controle da empresa. Ele ressalta que investidores esperam retorno financeiro e podem influenciar decisões importantes.
Após deixar a Netflix, Randolph se dedica a investir e orientar novos empreendedores. Ele busca pessoas capazes de abandonar rapidamente más ideias, mas que persistam em encontrar soluções para os problemas certos. Para ele, o empreendedor ideal vale mais do que qualquer tecnologia.
Via Exame