Nos anos 90, um brinquedo colecionável se destacou entre as crianças ao redor do mundo: os Tazos. Esses pequenos discos de plástico, que surgiram no México, rapidamente se tornaram um grande sucesso cultural e comercial. A prática de “bater” os Tazos, que consistia em desafiar amigos para ver quais viravam, se espalhou como um fever no Brasil, onde eles conquistaram uma base fiel de fãs por 15 anos, até serem descontinuados em 2013. Uma ação promocional em 2020 trouxe os Tazos de volta por um tempo limitado, reacendendo a nostalgia em muitos.
História dos Tazos começa em 1994, quando surgiram em uma estratégia de marketing da Sabritas, uma subsidiária da PepsiCo. Idealizados por Pedro Padierna e Fabian de la Paz, a ideia era criar um brinde para impulsionar as vendas de salgadinhos. Padierna se inspirou em cards de futebol de sua infância, mas queria algo que atraísse a atenção das crianças da época. Durante uma feira nos EUA, Fabian conheceu os POGs, discos que haviam feito sucesso no Havaí nas décadas de 30 a 50. Essa descoberta foi o pontapé inicial para o desenvolvimento dos Tazos.
Com um conceito que ia além de ser uma simples peça de colecionável, os Tazos englobavam um jogo interativo que promovia competição e socialização. O nome “Tazo” foi baseado na expressão “taconazos”, uma referência a um jogo escolar em que crianças usavam a sola do sapato para lançar tampinhas. A escolha de personagens conhecidos, como os Looney Tunes, na primeira coleção também acertou em cheio, conquistando tanto meninos quanto meninas.
A promoção e o sucesso da História dos Tazos se expandiram rapidamente. Em 1994, as vendas da Sabritas no México aumentaram em 56%, gerando uma onda de sucesso também em outros países, com aumento médio de 50% nas vendas. No Brasil, o lançamento da campanha “Tazo Mania” ocorreu em 1997, inicialmente com 80 Tazos e um investimento de 17 milhões de dólares. Os resultados foram impressionantes: as vendas da Elma Chips praticamente dobraram naquele ano, alcançando em torno de 650 milhões de dólares.
Entre as coleções mais famosas estavam aquelas inspiradas em franquias de sucesso, como Yu-Gi-Oh, Bob Esponja, e Naruto. A última coleção, lançada em 2013, tinha como tema “Piratas”. No total, cerca de 900 Tazos diferentes foram lançados ao longo dos anos.
O fim dos Tazos, embora não tenha uma explicação oficial, é atribuído a mudanças na legislação brasileira e ao comportamento do consumidor. Durante a década de 2010, surgiram propostas de lei que visavam limitar publicidade direcionada ao público infantil. Em 2014, uma resolução criou restrições amplas para campanhas publicitárias voltadas para crianças, o que pode ter reduzido o apelo da promoção. Além disso, o crescimento do entretenimento digital e a popularidade dos smartphones mudaram as dinâmicas de consumo entre as crianças, tornando os Tazos menos relevantes.
Em 2020, a Elma Chips lançou uma coleção especial de Tazos com tema Pac-Man, como parte de um retorno temporário, o que demonstra que a nostalgia ainda é uma força poderosa. Além disso, em 2022, a marca lançou a primeira coleção de Tazos em formato NFT, mostrando que mesmo os clássicos podem se adaptar às novas tecnologias.
Via Exame