Rafael Aquino é um nome que ganha destaque no cenário de inovação e empreendedorismo no Brasil. Com uma trajetória notável, ele começou sem investidores, escritório ou equipe, apenas com uma ideia ambiciosa. No início de sua jornada, Aquino disputou competições de startups no interior do Rio Grande do Sul, apresentando um algoritmo que lê expressões faciais para otimizar anúncios. Sua persistência resultou na venda de sua primeira empresa, a Hubble 360, por R$ 12 milhões aos 27 anos.
Dois anos após a venda da Hubble, Aquino voltou ao mercado com um novo projeto: o DataPay, um marketplace de dados. O objetivo é devolver aos consumidores o controle sobre suas próprias informações, uma iniciativa que promete transformar a forma como os dados pessoais são geridos. A meta de Aquino é construir uma empresa avaliada em R$ 1 bilhão. “Começamos com R$ 200 no bolso e uma ideia que parecia maluca. Vendemos por R$ 12 milhões e agora quero repetir o jogo em escala maior”, declarou.
A trajetória de Aquino teve início em Caxias do Sul, onde ele passou os primeiros anos de vida em um abrigo. Formado em ciência da computação, ele identificou a tecnologia como seu caminho para empreender. Junto a seus parceiros, Rafael Guizo e Tainá Marques, fundou a Hubble 360, focando em inteligência artificial para análise de micro expressões em tempo real.
Com recursos limitados, a equipe inicialmente investiu nas batalhas locais de startups. O primeiro prêmio foi uma competição em Caxias, que levou a Hubble para a etapa estadual do Gramado Summit 2023. A vitória ali concedeu acesso à final nacional do Startup Summit em Florianópolis, ampliando ainda mais o alcance da startup.
O sucesso na competição proporcionou visibilidade e, posteriormente, Aquino apresentou a Hubble no Shark Tank Brasil. Mesmo sem receber investimentos diretos, a equipe fechou contrato com um cliente relevante, funcionando como vitrine para a tecnologia desenvolvida. “O segredo não é apenas a tecnologia, mas a estratégia e a rede de conexões que construímos”, afirma Aquino.
Atualmente, a Hubble possui contratos ativos e gera cerca de R$ 250 mil mensais. A multinacional que comprou a empresa optou por integrar a tecnologia na sua própria estrutura, sem escalar a operação comercial já existente.
Após a venda da Hubble, Aquino novamente se lançou em um desafio com o DataPay. Esse novo projeto permite que consumidores armazenem seus dados em um cofre digital, decidindo de forma clara e transparente para quem vender suas informações. Em troca, os usuários recebem pagamento via Pix ou acumulação de moedas digitais, que podem ser convertidas em descontos ou experiências, tudo em conformidade com a LGPD.
Atualmente, o DataPay conta com mais de 3.500 usuários e já está sendo testado por cinco marcas renomadas do Sul. Entre as parcerias estratégicas, uma varejista com 180 lojas no Rio Grande do Sul já adotou a tecnologia. Além disso, a plataforma permitirá que patrocinadores avaliem em tempo real o impacto de suas promoções.
A proposta se complementa com inteligência preditiva e segmentação estratégica, usando a tecnologia de inteligência artificial a favor de empresas de todos os tamanhos. “Queremos democratizar o uso inteligente de dados, algo que ainda escapa a muitos negócios regionais”, diz Aquino.
A estratégia para atrair usuários combina marketing de influência, gamificação e benefícios personalizados, promovendo uma união de interesses entre consumidores e empresas. Como resultado, Aquino visa que o DataPay alcance até 150 milhões de brasileiros e seja vendido por R$ 1 bilhão, repetindo o sucesso de startup no Brasil que teve com a Hubble.
Via Exame
