Governo propõe cobrança de IR sobre LCI e LCA

Governo sugere novas regras para LCI e LCA, incluindo IR de 5%. Entenda como isso afetará seus investimentos.
09/06/2025 às 10:03 | Atualizado há 3 meses
Isenção de LCI e LCA
Alíquota de 5,0% inicia em 2026, respeitando o princípio da anualidade. (Imagem/Reprodução: Infomoney)

O governo federal está planejando mudanças significativas no cenário de investimentos isentos, com impacto direto nos títulos de renda fixa. A principal alteração é a proposta de tributação sobre a isenção de LCI e LCA, que pode afetar a forma como investidores alocam seus recursos. A medida, que deve ser implementada por meio de Medida Provisória, visa instituir a cobrança de Imposto de Renda na fonte sobre rendimentos de títulos como LCI e LCA, atualmente isentos.

A alíquota proposta para essa tributação é de 5,0%, e a expectativa é que entre em vigor a partir de 2026, respeitando o princípio da anualidade. Uma das questões ainda em aberto é se a taxação incidirá sobre o estoque atual de títulos ou apenas sobre as novas aplicações realizadas a partir do próximo ano. Essa indefinição tem gerado debates e discussões no mercado financeiro.

Essa mudança pode gerar diversas reações, principalmente do setor agropecuário. As Letras de Crédito do Agronegócio (LCA) são instrumentos importantes para o financiamento do setor, e a taxação pode impactar a atratividade desses títulos. O ministro da Fazenda declarou que, mesmo com a taxação, esses títulos continuarão incentivados, buscando minimizar as preocupações do mercado.

LCI e LCA são instrumentos de renda fixa emitidos por bancos para captar recursos destinados ao agronegócio e ao mercado imobiliário. Ao investir nesses papéis, o investidor, na prática, empresta dinheiro ao banco, que utiliza esses recursos para financiar atividades nesses setores. Devido à sua rentabilidade e isenção de imposto de renda, esses títulos se tornaram uma opção popular entre investidores de classe média.

Além de LCI e LCA, outras categorias de títulos isentos, como Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI), Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA) e debêntures incentivadas, também podem ser afetadas pelo fim da isenção de LCI e LCA. Se a MP for aprovada pelo Congresso Nacional, todos esses títulos incentivados passarão a ser taxados em 5%.

A proposta de taxar títulos incentivados é vista pelo governo como uma forma de corrigir distorções no mercado de títulos e valores mobiliários. No entanto, essa medida é uma das mais polêmicas já propostas pela equipe econômica, e promete gerar bastante discussão no Congresso Nacional e entre os diversos setores da economia.

A Medida Provisória não deverá taxar o estoque atual de títulos, ou seja, quem já possui esses papéis não será afetado pela nova tributação. A taxação valerá somente para novas emissões, a partir de 2026, devido ao princípio da anualidade. Essas mudanças no cenário dos investimentos isentos exigem atenção por parte dos investidores, que devem reavaliar suas estratégias e considerar os impactos da nova tributação em seus portfólios.

Via InfoMoney

Artigos colaborativos escritos por redatores e editores do portal Vitória Agora.