Anvisa aprova Mounjaro para tratamento da obesidade

Anvisa aprova Mounjaro para obesidade, intensificando a concorrência com Ozempic. Veja os detalhes dessa nova opção de tratamento.
09/06/2025 às 10:21 | Atualizado há 3 meses
Mounjaro para obesidade
Mounjaro é aprovado pela Anvisa, aumentando a concorrência com Ozempic no tratamento da obesidade. (Imagem/Reprodução: Exame)

A Anvisa autorizou, no dia 9 de outubro, o uso do Mounjaro para obesidade, medicamento desenvolvido pela empresa Eli Lilly. O produto, que já estava disponível desde maio para controle do diabetes tipo 2, agora também será utilizado para tratar sobrepeso associado a comorbidades. Essa nova aprovação é vista como fundamental para a estratégia de crescimento da farmacêutica no Brasil.

O Mounjaro é destinado a adultos que apresentam um índice de massa corporal (IMC) igual ou superior a 30, considerando a obesidade, ou IMC de 27 ou mais, no caso do sobrepeso. Essa indicação é especialmente válida para pacientes que apresentem pelo menos uma comorbidade, como hipertensão ou colesterol alto. Os dados que sustentam essa aprovação são oriundos do programa SURMOUNT, que envolveu mais de 20 mil participantes em sete estudos clínicos.

Karla Alcázar, presidente da Eli Lilly na América Latina, destacou a eficácia do medicamento em uma entrevista, afirmando que médicos estão preparados para prescrever o Mounjaro e que a empresa busca ser líder no mercado de tratamentos. Com essa nova autorização, a Lilly espera acelerar as vendas do medicamento e planeja aumentar sua participação cinco vezes até 2030, sendo esse produto um dos pilares de sua proposta, ao lado de tratamentos oncológicos e para Alzheimer.

O mercado para medicamentos de obesidade apresenta grande potencial, com estimativas apontando que poderá movimentar até US$ 199 bilhões anualmente nos próximos anos. Além disso, o segmento de medicamentos para diabetes tipo 2, onde o Mounjaro também atua, já gerou mais de US$ 6 bilhões globalmente até agosto de 2023. Desde seu lançamento no Brasil, o produto é comercializado em doses de 2,5 mg e 5 mg, disponibilizado em canetas injetoras para administração semanal.

Os preços variam de 1.406 a 2.384 reais mensais, dependendo do canal de venda e do acesso ao programa da Lilly. Cada embalagem contém quatro canetas, que são suficientes para um mês de tratamento. O medicamento possui patente até pelo menos 2035, e a presidente da Eli Lilly lembrou que não há cópias legais disponíveis, garantindo que sua versão da tirzepatida mantém a qualidade.

O funcionamento do Mounjaro é baseado na administração da tirzepatida, que atua em dois hormônios naturais: GLP-1 e GIP. Esses hormônios são cruciais para regular a insulina, o apetite e o gasto de energia, promovendo controle glicêmico e facilitando a perda de peso. Em comparação ao Ozempic, que utiliza a semaglutida, a tirzepatida tem se mostrado mais eficaz. Nos ensaios clínicos, mais de 51% dos pacientes tratados com tirzepatida atingiram níveis de hemoglobina glicada considerados normais, enquanto apenas 20% alcançaram esse nível com semaglutida.

Além disso, as médias de perda de peso diferem significativamente: enquanto a média de perda com tirzepatida foi de 24,3 kg, com semaglutida foi de 17 kg. Essas informações são cruciais para entender a relevância do Mounjaro para obesidade no tratamento de sobrepeso e diabetes.

Via Exame

Artigos colaborativos escritos por redatores e editores do portal Vitória Agora.