Raízen (RAIZ4): UBS reduz recomendação por reestruturação lenta

A UBS rebaixou a recomendação da Raízen (RAIZ4) devido a atrasos na reestruturação, apesar de um cenário promissor.
09/06/2025 às 11:31 | Atualizado há 3 semanas
Rebaixamento da Raízen
UBS rebaixa recomendação de Raízen e reduz preço-alvo para R$ 2,30. (Imagem/Reprodução: Moneytimes)

O Rebaixamento da Raízen (RAIZ4) pelo UBS gerou um impacto considerável no mercado financeiro, com a recomendação das ações da companhia sendo alterada de compra para neutra e o preço-alvo ajustado de R$ 3,90 para R$ 2,30. Essa decisão reflete uma análise cuidadosa dos resultados recentes da empresa e das perspectivas futuras, levando em consideração a geração de caixa, o endividamento e o desempenho no setor de açúcar e etanol.

A revisão para baixo nas ações da **Raízen** pelo UBS reflete preocupações com a geração de caixa da empresa, que apresentou resultados fracos nos últimos balanços, impactando negativamente o valor por ação. Além disso, o ajuste da dívida para incluir itens de capital de giro também pesou na decisão, juntamente com as expectativas de desempenho mais fraco nos segmentos de açúcar e etanol, influenciado pela menor moagem e preços pressionados.

Analistas do banco apontam que o rebaixamento da Raízen considera, também, a demora na concretização dos resultados da reestruturação da empresa para os acionistas. Após um período de expansão que elevou a complexidade e a alavancagem financeira, a Raízen busca agora eficiência e redução do custo da dívida. No entanto, o UBS estima que essa desalavancagem se consolidará em um prazo de dois a três anos, o que justifica a postura mais conservadora em relação às ações da companhia.

Apesar dos desafios enfrentados, o UBS vislumbra um potencial de geração de caixa para a Raízen no médio prazo, desde que as taxas de juros apresentem recuo para abaixo de 12% até o final de 2026 e os preços do petróleo se mantenham em uma faixa entre US$ 62 e US$ 70 por barril. A empresa também tem buscado racionalizar seus investimentos e aumentar sua eficiência operacional para mitigar os efeitos da expansão recente.

A Raízen tem trabalhado na racionalização de seus investimentos e na busca por maior eficiência operacional para compensar os efeitos de sua recente expansão. A conclusão de projetos de etanol de segunda geração (E2G) e geração solar distribuída entre 2025 e 2026 são pontos positivos. Contudo, o UBS avalia que há limitações para a redução do capex abaixo de R$ 8 a 9 bilhões, devido aos custos de manutenção e segurança nas operações de açúcar e etanol.

Embora o cenário atual apresente desafios, o UBS reconhece o potencial de ganhos de eficiência em opex e capex, o que poderia surpreender positivamente. No entanto, a forte concorrência no setor de distribuição de combustíveis no Brasil pode limitar a capacidade da Raízen de realizar cortes significativos nessa área. Investidores e analistas seguirão monitorando de perto o desempenho da empresa e as estratégias adotadas para enfrentar os desafios e aproveitar as oportunidades que surgirem.

Via Money Times

Artigos colaborativos escritos por redatores e editores do portal Vitória Agora.