A Softplan, uma empresa de tecnologia brasileira reconhecida por suas soluções para o setor público, anunciou a divisão de suas operações. A marca Softplan permanecerá voltada ao atendimento de tribunais e órgãos governamentais, onde já possui uma presença consolidada. A grande novidade é a criação da Starian, destinada a focar exclusivamente no mercado privado, permitindo assim uma atuação mais direcionada em ambos os setores.
Historicamente, a Softplan possui uma forte contribuição no sistema judiciário e na infraestrutura pública. No âmbito privado, a empresa é conhecida por sistemas como Sienge, voltado à construção civil, e Projuris, aplicado em processos jurídicos. A decisão de realizar a divisão se deu em função das especificidades e demandas crescentes de cada mercado, permitindo um melhor atendimento e desenvolvimento de soluções customizadas.
Ionan Fernandes, novo CEO da Starian, compartilha a visão de que a empresa nasce com um “grande potencial de crescimento”. O propósito é criar soluções adaptadas para diferentes áreas, sempre colocando o cliente no centro das operações. Márcio Santana, que lidera a Softplan, reafirma a agilidade na atuação no setor público, onde as necessidades demandam um foco total. Isso deverá resultar em um crescimento sólido e seguro.
Com uma trajetória de 34 anos, a Softplan emergiu de uma iniciativa empreendedora em Santa Catarina, buscando inicialmente atender ao setor da construção civil. Seu primeiro grande produto foi o Sienge. Ao longo do tempo, a empresa se diversificou, incluindo soluções para a gestão de processos judiciais com a plataforma SAJ.
Nos últimos anos, observou-se um crescimento robusto, especialmente com a adoção de um modelo SaaS. Em 2020, a companhia registrou um faturamento de aproximadamente 300 milhões de reais, com a maior parte proveniente do setor público. Com o foco no setor privado, o faturamento ampliou-se, atingindo 800 milhões de reais em 2024.
A meta conjunta para 2025 é ultrapassar um bilhão de reais em receitas, somando as operações da Softplan e da nova Starian. A expectativa é que até o final da década ambas as empresas possam faturar um bilhão separadamente.
O conceito envolvendo a Starian é a formação de ecossistemas interconectados que facilitam as necessidades de setores específicos. O nome foi escolhido para refletir a ideia de orientação e transformação, onde “Star” representa a estrela guiante e o “IA” destaca o foco em Inteligência Artificial. A empresa já conta com mais de 1.500 colaboradores e planeja atender 20 mil clientes até 2025.
A estratégia da Starian inclui a implementação intensa de soluções que utilizam Inteligência Artificial. Isso permitirá não apenas a otimização das operações, mas também fornecerá respostas mais rápidas e precisas às demandas de mercado. Um exemplo é a aceleração do processo de geração de orçamentos na construção civil, que agora pode ser feito em minutos.
A decisão de separar as operações da Softplan não ocorreu repentinamente; discutiu-se durante meses. As operações para o setor público e privado sempre funcionaram de forma independente, mas a nova configuração permitirá uma expansão ainda mais eficiente.
Via Exame