O preço alvo da PRIO (PRIO3) foi revisado pelo Santander, que elevou a estimativa de R$ 40 para R$ 55 até o final de 2026. Apesar do aumento, que indica um potencial de valorização de 20%, o banco optou por manter uma recomendação neutra para as ações da companhia. Essa decisão reflete uma análise detalhada das perspectivas e desafios que a PRIO enfrenta.
A elevação do preço alvo da PRIO reflete principalmente a aquisição recente de uma fatia adicional de 60% no campo de Peregrino. Essa compra é vista como um fator positivo, pois inclui a maior parte dos ganhos potenciais da PRIO como operadora do campo. No entanto, o Santander expressou cautela devido às incertezas em relação ao programa de trabalho da empresa para os próximos anos.
Um ponto de atenção levantado pelo banco é a pressão sobre o caixa da PRIO e o possível aumento das dívidas. A análise do Santander considera os pagamentos de aquisição e as rolagens de dívida entre 2026 e 2027, o que pode gerar grandes desembolsos de caixa. Além da aquisição em Peregrino, a empresa terá que lidar com investimentos em Wahoo, campanhas de perfuração em Frade e ABL e amortizações de dívida.
Apesar de um índice de alavancagem medido por ND/Ebitda (dívida líquida sobre resultado operacional) de 2,1x no primeiro trimestre de 2026 não ser motivo de grande preocupação, a liquidez da PRIO pode precisar ser reforçada. O Ebitda projetado é de US$ 3,3 bilhões entre o segundo trimestre de 2025 e o terceiro trimestre de 2026, e espera-se um aumento de US$ 1,5 bilhão na dívida bruta durante esse período, com o objetivo de manter uma posição de caixa de US$ 700 milhões.
O Santander adota uma postura conservadora ao não incorporar projetos de crescimento além de 2027 em suas projeções. Reconhece, no entanto, que a ação pode ter um desempenho positivo com notícias favoráveis sobre licenciamento, especialmente com a perfuração no campo de Frade prevista para começar em breve. A empresa já declarou que não pretende distribuir dividendos aos acionistas, algo que normalmente sustenta as ações de empresas do setor de petróleo e gás.
A incerteza de curto prazo, como o licenciamento junto ao Ibama e uma possível geração de caixa mais fraca entre o segundo semestre de 2025 e o primeiro semestre de 2026, também pode limitar o desempenho das ações da PRIO. Fatores como alta nos preços do petróleo, capacidade de desenvolver o campo de Wahoo e reconstruir ABL, investimento de capital menor que o esperado nas campanhas de perfuração, melhora na produção do campo de Frade e captura de sinergias em Peregrino podem impulsionar o preço alvo da PRIO.
Via Money Times