Tecnologia e as políticas militares de Trump

Entenda o papel das grandes tecnologias no apoio a militarização nos EUA.
13/06/2025 às 16:02 | Atualizado há 2 semanas
Apoio de big techs
Grande parada militar em Washington celebra 250 anos do Exército dos EUA, com apoio das big techs. (Imagem/Reprodução: Startupi)

A administração de Donald Trump está organizando uma grande parada militar em Washington, agendada para este sábado (14), em celebração aos 250 anos do Exército dos Estados Unidos. Surpreendentemente, entre os patrocinadores do evento, encontram-se algumas apoio de big techs, marcando uma participação discreta no evento que comemora o semiquincentenário da independência do país, a ser oficialmente celebrado em 4 de julho de 2026. A fundação America250, designada pelo Congresso para arrecadar fundos e organizar as comemorações, está liderando a organização do evento.

A fundação America250 mencionou essas empresas como parte de um grupo de “compromissos corporativos históricos”. Contudo, o comunicado não detalha quais empresas estão diretamente envolvidas no financiamento da parada militar. Apesar da falta de especificidade, a fundação assegurou que “muitos desses patrocinadores apoiarão a grandiosa parada em Washington”, sem fornecer informações adicionais.

A Coinbase se destacou como a única empresa a se manifestar publicamente sobre o patrocínio. Durante a conferência Bitcoin 2025, o diretor de políticas da empresa, Faryar Shirzad, revelou que a Coinbase é uma “patrocinadora principal” da iniciativa America250. Enquanto isso, Oracle, Amazon e Palantir mantiveram silêncio, sem responder aos questionamentos da imprensa sobre seu possível financiamento ou participação no evento.

As quatro empresas compartilham um histórico de colaboração com o Exército americano e com o próprio Trump. A Amazon possui contratos com as Forças Armadas, e Jeff Bezos contribuiu com US$ 1 milhão para a cerimônia de posse de Trump em 2017. Larry Ellison, da Oracle, é amigo pessoal de Trump e também mantém relações comerciais com o Departamento de Defesa. A Palantir se descreve como parte do “tecido conectivo” das operações do Exército, e seu CEO, Alex Karp, é próximo do ex-presidente. Além disso, a Coinbase também doou US$ 1 milhão para a posse de Trump e recentemente adicionou o ex-secretário do Exército Mark Esper ao seu conselho consultivo.

Além das empresas de tecnologia, a fundação America250 anunciou parcerias com montadoras como Chrysler, Dodge, Jeep e Ram, bem como marcas como Coca-Cola e Walmart. As empresas automotivas estão participando de uma campanha nas redes sociais intitulada “America Made Us”.

O nome da Meta havia aparecido no site da fundação como patrocinadora, mas foi removido após questionamentos do site The Verge. A empresa declarou que não é patrocinadora atualmente, apesar de ter tido uma “relação histórica” com a America250. Em 2022, a Meta cancelou um contrato de US$ 10 milhões com a fundação, citando preocupações com má gestão de recursos e denúncias de comportamentos sexistas, conforme reportado pelo Wall Street Journal.

A parada deste sábado marca o início de uma série de eventos programados até 2026. A fundação America250 é co-presidida por Rosie Rios, ex-secretária do Tesouro dos EUA, e Chris LaCivita, ex-gerente de campanha de Trump. Os custos com a estrutura militar, como soldados, tanques e aeronaves, serão cobertos com recursos públicos, enquanto os eventos paralelos e a logística contam com apoio privado.

A organização ainda não esclareceu como o dinheiro de cada empresa será utilizado, nem o nível de influência dos patrocinadores sobre a programação. Analistas sugerem que, se alguma dessas empresas não desejasse se associar à parada militar, poderia ter optado por se envolver apenas nas celebrações de 2026.

Via Startupi

Artigos colaborativos escritos por redatores e editores do portal Vitória Agora.